Um “resgate” bilateral entre Slimani e Jardim

Há seis anos, o então treinador do Sporting descobriu o então avançado do Belouizdad e, juntos, conspiraram para o segundo lugar na época 2013-14. Agora, Jardim voltou a resgatar Slimani e, aos 31 anos, o argelino já está a retribuir como sabe.

Foto
Slimani já festejou cinco vezes pelo Mónaco DR

Há poucas semanas, Leonardo Jardim era um treinador à beira da “morte” (desportiva, leia-se), no Mónaco. Há poucas semanas, Islam Slimani era um avançado já “morto”, em Inglaterra. Ambos precisavam de um “resgate”, ambos foram salvos. Um pelo outro.

Com três vitórias nos últimos quatro jogos, o Mónaco já está em 14.º lugar na Liga francesa, quatro posições acima da zona de descida de divisão. E Jardim respira melhor desde que Slimani chegou. Com cinco golos e sete (!) assistências, o avançado argelino também respira melhor desde que chegou ao principado. Pelo menos, respira influência e importância. E isso, para um goleador que marcou apenas dez golos em dois anos, já é respirar bastante bem.

Toda esta ajuda mútua tem um significado especial, sobretudo tendo em conta que, há seis anos, houve uma pessoa, mais do que qualquer outra, que permitiu a Slimani deixar o modesto campeonato da Argélia e aventurar-se na Europa. Essa pessoa foi, precisamente, Leonardo Jardim. O então treinador do Sporting descobriu o então avançado do Belouizdad e, juntos, conspiraram para o segundo lugar “leonino” na época 2013-14. Agora, seis anos depois, voltam a ter significado na vida um do outro: Jardim voltou a resgatar Slimani, perdido em empréstimos falhados, e, aos 31 anos, o argelino já está a retribuir como sabe.

Força de um lado, requinte do outro

Neste Verão, Slimani chegou ao Mónaco depois de aventuras inócuas no Newcastle e no Fenerbahçe. O magrebino aterrou em França a 20 de Agosto, já com a Liga francesa em andamento, e, poucos dias depois, quase sem se treinar com a nova equipa, foi visto por Leonardo Jardim como um “salvador” de um Mónaco com duas derrotas em dois jogos.

Frente ao Nîmes, Slimani só precisou de 39 minutos para marcar, mas o Mónaco deixou fugir a vitória a 20 minutos do final. Foi “efeito Sli” pela metade. Uma semana depois, o avançado bisou. A vitória voltou a fugir perto do final e o “efeito Sli” voltou a ficar pela metade.

Com a dupla Slimani-Ben Yedder a ganhar entrosamento, o futebol do Mónaco melhorou, os resultados também e o “efeito Sli” passou a ser por inteiro. O avançado marcou “apenas” mais duas vezes, mas fez nada mais, nada menos do que sete assistências para golo. Algo que equivale a dizer que já lidera o top das assistências e que, em média, assistiu para golo em todos os sete jogos que disputou em França, pelo clube que ainda conta com os portugueses Gil Dias, Adrien e Gelson.

Entre si, a dupla atacante do Mónaco tem 13 golos e oito assistências e Leonardo Jardim parece ter descoberto a fórmula ideal entre um jogador forte a explorar o espaço, Slimani, e outro capaz de oferecer qualidade técnica, Ben Yedder. “É o casamento perfeito. Um é força, poder e profundidade, o outro é requinte técnico associado ao sentido de oportunidade”, definiu, neste domingo, o técnico português, depois de uma vitória (3-2) frente ao Rennes, com “patrocínio” de… Yedder (dois golos) e Slimani.

No Mónaco, a “parelha” Leonardo Jardim-Slimani está junta novamente, como em 2013. E os golos já chegaram. Outra vez, como em 2013.

Sugerir correcção
Comentar