A irmã Emília vai embora e Ana não consegue dormir. “Era a minha alegria”

Desde 1947, quando abriu o Hospital Colónia Rovisco Pais, na Tocha, em Cantanhede, que as irmãs das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo estiveram presentes na vasta quinta, prestando apoio aos doentes com lepra que para ali eram levados. As últimas três abandonaram há poucos dias o local onde está instalado agora o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro e a sua partida foi uma festa com lágrimas à mistura. Na quinta ficam ainda a viver cinco antigos pacientes da antiga leprosaria.

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A irmã Emília despede-se de Ana Rodrigues, doente de Hansen que vive no Rovisco Pais há 67 anos Adriano Miranda

A casa, conhecida como “conventinho”, está num desalinho e as três mulheres que ali viveram até à passada terça-feira preocupam-se com o aspecto que os sacos e caixotes espalhados pelo soalho poderão ter nas fotografias. “Nunca tinha passado por uma mudança. A gente pensa que não tem nada, mas afinal...”. Aos 88 anos, a irmã Almerinda prepara-se para abandonar o edifício que foi a sua casa, no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, na Tocha, em Cantanhede, mas nas últimas horas que passa no edifício de fachada cor-de-rosa, na companhia das irmãs Emília, de 86 anos, e Isabel, 78, ainda há camas por desfazer e peças para guardar.

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