“A Google sabe sempre primeiro onde são os primeiros surtos de gripe”

Filipa Calvão, que preside há sete anos à Comissão Nacional de Protecção de Dados, faz o balanço da aplicação de quase ano e meio do Regulamento-Geral de Protecção de Dados e explica de que modo colocar uma lista de beneficiários de subsídios de apoio aos mais pobres na Internet pode levar a uma estigmatização para a vida.

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Miguel Manso

O modelo de negócio dos gigantes da informática assenta na recolha de toda a informação possível, mesmo que, num dado momento, não seja claro para que serve essa recolha. Um dia pode dar jeito, como diz Filipa Calvão, que preside há sete anos à Comissão Nacional de Protecção de Dados. “Não é por acaso que a Google criou uma empresa na área da saúde. Tem dados de todo mundo. Consegue determinar onde há maior predominância de gripe. Sabe sempre primeiro onde são os primeiros surtos, com as pessoas a queixarem-se ou a fazerem buscas [sobre a doença] na Internet” e “sabem o nosso nome, seja porque temos um email ou porque usamos redes sociais onde a informação é cruzada”. É, admite, “um bocadinho angustiante”. Nesta entrevista, Filipa Calvão faz o balanço da aplicação de quase ano e meio do Regulamento-Geral de Protecção de Dados (RGPD) e fala dos riscos associados à partilha de informação.

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