Mercado municipal de Coimbra mantém portas abertas durante obras de um ano

Autarquia poderá indemnizar “operadores mais idosos com negócios moribundos sem clientes” que não tenham “imagem consentânea com o pretendido”

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CARLA CARVALHO TOMAS / PUBLICO

O Mercado Municipal D. Pedro V, no centro de Coimbra, vai sofrer uma intervenção que vai demorar mais de um ano e custar 1,5 milhões de euros, criando novos espaços de restauração e um miradouro. No entanto, durante os 425 dias que vai levar a empreitada, o edifício comercial vai manter-se aberto, embora vá haver um reordenamento do espaço. A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, aos jornalistas, no final da reunião de executivo que aprovou a adjudicação da obra de refuncionalização do mercado municipal. A medida foi aprovada nesta segunda-feira com o objectivo de dinamizar um mercado que, actualmente, tem uma ocupação de 40% das fracções comerciais. <_o3a_p>

O compromisso é manter a actual divisão: uma zona para o mercado de produtores e outra para o mercado de peixe, explicou Machado, mas vai haver um reordenamento para tornar as actividades compatíveis com uma maior presença de restauração. Numa menção a esse reordenamento, a memória descritiva da Divisão de Estudos e Projectos da CMC sublinha a necessidade de haver uma “grande estratégia para o mercado”, o que vai obrigar a mudanças de localização de operadores e, eventualmente, “à indemnização de operadores mais idosos com negócios moribundos sem clientes, nem imagem consentânea com o pretendido”. Os paralelismos estabelecidos são com os exemplos do Bolhão, no Porto, e da Ribeira, em Lisboa. Sobre a manutenção das portas abertas do mercado, o autarca disse não querer aplicar mais pressão sobre uma actividade já de si fragilizada. 

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O piso superior do mercado do peixe será dividido em dois, com uma parte a servir para a instalação de um restaurante (com aplicação de galerias de vidro, por causa do cheiro) e a outra para a criação de um espaço de co-working, através da demolição das divisórias entre estabelecimentos hoje existentes. A ala do mercado de produtores receberá 12 estabelecimentos de restauração. Adjacente ao edifício, na zona superior, há uma estrutura conhecida como Casa dos Frangos, actualmente devoluta que será desmontada. O lugar será ocupado por um miradouro ajardinado, podendo ser implantada uma esplanada. <_o3a_p>

O movimento Somos Coimbra, que tem dois vereadores, foi o único a abster-se, com José Manuel Silva a justificar o voto com a necessidade de o projecto de requalificação “ser mais ambicioso”, mas a afirmar que também não queria “obstaculizar” os trabalhos.<_o3a_p>

Coube ao vice-presidente da CMC, Carlos Cidade, fazer a defesa da medida, referindo que foi debatida com os comerciantes e que procura dar resposta a vertentes que hoje não dá. Cidade afirmou também que, enquanto se prepara para adjudicar a obra, “está a ser preparado o caderno de encargos” para a concessão da parte de restauração. “Em Novembro, o programa de concurso deverá estar pronto”, informou, acrescentando que a gestão do mercado será feita em conjunto pela autarquia e pela empresa ou empresas que vencerem a concessão, uma novidade num mercado com gestão inteiramente pública até agora. No entanto, Manuel Machado referiu no final reunião que será a câmara a manter o direito a fixar as taxas a aplicar aos comerciantes num espaço que sofreu a última grande intervenção em 2001. <_o3a_p>

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