Bombeiros voluntários consideram “desrespeito” falta de pagamento de Setembro

Bombeiros voluntários que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais recebem da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil a compartição financeira de 50 euros por dia.

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Mario Lopes Pereira

A Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV) considerou, este domingo, “um total desrespeito” que os operacionais que integraram o dispositivo de combate a incêndios florestais continuem sem receber as comparticipações financeiras de Setembro. Os bombeiros voluntários que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais recebem da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil a compartição financeira de 50 euros por dia.

“Terminada a fase reforçada nível IV do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2019, constatamos com muita preocupação que a maioria dos bombeiros voluntários que incorporaram o DECIR não receberam as compensações previstas referentes ao mês de Setembro”, refere a APBV num comunicado assinado pelo presidente Rui da Silva.

A associação lamenta que a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) não tenha avançado com qualquer justificação, considerando esta situação um “total desrespeito” pelos bombeiros voluntários que durante a fase mais crítica do dispositivo de combate a incêndios “contribuíram para o seu sucesso”. A APBV avança que pediram uma reunião “com carácter de urgência” ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita” para a resolução deste problema.

Na última quinta-feira também o PSD questionou o Ministério da Administração Interna sobre a falta de pagamento dos honorários de Setembro aos bombeiros voluntários que integram o dispositivo de combate a incêndios, considerando tratar-se do “maior desrespeito”. A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) também já tinha avançado que os milhares de operacionais envolvidos no DECIR ainda não receberam as compensações de Setembro.

O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, lamentou esta situação e relembrou que o pagamento aos bombeiros voluntários que fazem parte das equipas de combate aos fogos “está devidamente definido e aprovado” nas directivas financeira e operacional.

Além da falta de pagamento aos bombeiros, a Protecção Civil tem também por regularizar as dívidas às associações humanitárias relativas a despesas feitas em 2018 e 2019 no combate a incêndios florestais, como refeições, combustíveis e reparações de viaturas, segundo a LBP, que não adianta o valor da dívida, falando apenas em milhares de euros.

Na quarta-feira, a LBP indicou que a Protecção Civil pagou nos últimos dias às associações humanitárias cerca 1,3 milhões de euros referente às despesas extraordinárias com os incêndios, mas considerou tratar-se de uma “pequena percentagem” da dívida. De acordo com a LBP, a Protecção Civil está a aguardar que o Ministério das Finanças faça uma transferência de seis milhões de euros.

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