Cartas ao director
Percursos pedestres
Em recente artigo, o PÚBLICO dá conta de que os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP), através da Associação Parques das Serras do Porto, vão lançar um concurso para a criação de percursos pedestres no território abrangido pelas serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria e Banjas. Esta área, pela sua dimensão (6000 hectares), é conhecida como o Pulmão Verde da AMP. Conhecendo eu os diversos horrores que essa zona tem sofrido com os incêndios, esperava que os autarcas estivessem mais preocupados e regenerar, revitalizar, reflorestar a área em vez de andar a abrir percursos pedestres para usufruto dos cidadãos. O que precisamos é de floresta e não de mais rotas pedonais.
Rui Rio preocupa-se, não em viajar de comboio nas suas idas a Lisboa, mas sim em substituir a sua caldeira, numa atitude pretensamente muito ambientalista. Engana-se. Como enganados estão os autarcas apoiantes deste projecto, que julgam ser mais importante a cosmética de uns 60km de caminhos pedonais do que reflorestar uma zona de vital importância para a AMP.
Pedro Carneiro, Ermesinde
Pobreza
Quinta-feira foi Dia Internacional para Erradicação da Pobreza e constato com muita satisfação de que alguma coisa mudou, para melhor, em Portugal desde 2014. O estudo do Eurostat assim o atesta, e o facto de Portugal ter baixado 5,9 pontos percentuais desde aquele ano, no ranking da UE, vem mostrar algo de positivo que aconteceu nosso país. A que razões se deve este progresso? Na opinião de um cidadão com 70 anos de vida já cumpridos, entendo que a situação mais favorável que atravessamos se deve, sobretudo, à estabilidade política finalmente conquistada em 2015 após o entendimento parlamentar em boa hora levado a cabo pelos partidos apelidados de esquerdas encostadas.
José Luís de Oliveira Alves, Lisboa
Reinventar a alimentação
Nos últimos anos, com as alterações climáticas foram criadas várias empresas de produção de carne, com base exclusivamente em plantas. A procura por produtos “amigos” do ambiente e com menos emissões de gases efeitos de estufa deverá crescer a um ritmo de 1% ao ano, representando, na próxima década 10% do mercado. Além disso, existem benefícios evidentes ao nível nutricional e do bem-estar. Infelizmente, o preço destes produtos é mais elevado do que a carne tradicional que adquirimos no supermercado. No entanto, com o aumento da escala de produção, é possível que num futuro próximo os custos venham a baixar significativamente, criando um mercado alargado. Apesar de pouco conhecido, Portugal deveria procurar desenvolver este tipo de tecnologias e estar na vanguarda da alimentação do futuro. O nosso país dispõe de recursos agrícolas limitados, decorrente de solos pouco férteis e climas desfavoráveis. A aposta na produção de alimentos menos poluentes e revolucionários poderia ser extremamente positivo para o país.
João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim