Habitação e turismo: tentativa de uma conciliação difícil

No Monte da Lapa, o atelier Pedra Líquida quer erguer um projecto onde habitação e turismo não se estranham. Promotores procuram novo investidor para projecto assinado por Siza Vieira, mas garantem manutenção de casas para arrendamento. Na ilha, há quem chore um passado perdido e receie o turismo.

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Saiu a Paula e o Adão e sobraram ruínas. Saiu a Inês, o João Paulo, a Mariana e a Matilde e ficou tristeza. Saiu a “Tina” e cresceu a solidão. Ficaram a Felisberta Nogueira, o Ricardo Castro e a “Sãozinha" – apesar da inquietação, e talvez por pouco tempo. Na ilha do Monte da Lapa, comprada pelo colectivo Pedra Líquida, apenas três das 32 casas têm actualmente gente dentro. Alguns moradores saíram com garantia de regresso firmada, outros de forma voluntária, outros forçados pela justiça. Para quem ainda lá habita, a resistência tem-se feito numa conta de subtrair permanente. A promotora do novo empreendimento esboçou para aquela geografia uma ideia conciliadora: num projecto de Álvaro Siza Vieira, propõe-se a reabilitação das ilhas e a criação de espaços turísticos. Será o casamento possível?

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