Carros submersos, pessoas retidas num shopping, voos desviados. Chuva gera dia “agitadíssimo” no Norte

A Protecção Civil registou 307 ocorrências no distrito do Porto e 41 em Braga devido à queda de chuva forte. Duas centenas de pessoas ficaram retidas num centro comercial da Maia.

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Se a noite já tinha sido agitada, “a contar pela lista de ocorrências”, a manhã deste sábado em Braga não foi melhor. “Foi agitadíssima”, contou ao PÚBLICO o chefe de serviço dos Bombeiros Sapadores de Braga, Domingos Teixeira. A Protecção Civil registou este sábado 307 ocorrências no distrito do Porto e 41 em Braga devido à forte queda de chuva, sendo sobretudo relacionadas com carros submersos e inundações de estradas secundárias.

Imagens captadas em Matosinhos

Às 8h, quando Domingos Teixeira entrou ao serviço, já eram muitas as chamadas a pedir ajudar a chegar ao quartel. A chuva foi tanta que “até fazia fumo a cair no chão”. “Chegámos a ter chamadas em lista de espera. Estivemos em coordenação com os bombeiros voluntários, serviços municipalizados e protecção civil para responder o melhor possível”, referiu. 

No balanço das 16h30, Pedro Araújo, comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), disse que os concelhos mais afectados no distrito do Porto foram a Maia e Matosinhos, com registo de várias estradas secundárias e veículos submersos pela água, bem como garagens e habitações inundadas.

As chuvas intensas que se registaram ao longo de toda a manhã, no Porto, provocaram inundações na via pública e pararam a circulação dos carros na A28 junto à ponte de Leça da Palmeira e do porto de Leixões. O túnel de Paranhos também inundou.

As condições meteorológicas adversas provocaram o desvio de pelo menos nove voos no Aeroporto Sá Carneiro, na Maia. Nesta cidade, duas centenas de pessoas ficaram retidas no centro comercial Maia Jardim, desde as 11h30, avançou o Jornal de Notícias.

“Tivemos um pico de precipitação muito elevado durante o dia e o número de ocorrências registadas foi muito elevada”, disse ao PÚBLICO Carlos Marques, comandante dos Bombeiros Sapadores do Porto. 

O telefone do quartel dos Sapadores do Porto passou o dia “a tocar sem parar” e houve chamadas em lista de espera. “A maior parte das ocorrências foram infiltrações e algumas derrocadas. A Marginal ficou interrompida na zona da Paiva Couceiro por causa dos detritos e água que corre escarpa abaixo. A avenida está a ser limpa”, adiantou ao PÚBLICO Carlos Marques.

40 pedidos de ajuda em Braga

No distrito de Braga, a situação mais complicada foi ao final da manhã, em Vila Nova de Famalicão, onde o transbordo de uma linha de água provocou inundações em garagens e habitações e veículos submersos, explicou Pedro Araújo no balanço das 16h30.

Os sapadores de Braga, disse ao PÚBLICO o chefe de serviço, tiveram no terreno sempre “dez a 12 homens” e registaram cerca de “40 pedidos de socorro”. Foram “muitas inundações, quedas de árvores, derrocadas”. “O Rio Este subiu, galgou as margens, e foi preciso ir tirar água de algumas garagens. Havia muitas sarjetas entupidas. Choveu a sério e foi um problema”, descreveu Domingos Teixeira.

Os bombeiros receberam ainda uma chamada a alertar para um senhor que estaria preso dentro de um carro cercado por água na zona de Lomar, a quem os bombeiros voluntários de Braga foram ajudar.

A partir das 15h, a chuva deu “um pouco de descanso”, relatou Domingos Teixeira. Mas o trabalho intenso continuou. Já não faltavam muito para as 19h e ainda estavam “duas equipas [dos Bombeiros Sapadores de Braga] lá fora”: uma na limpeza das estradas e retirada de lamas; e outra nas instalações da Cruz Vermelha por causa de uma inundação. 

A noite deverá dar tréguas. “Segundo a Protecção Civil, a chuva não será muita. Pelo menos, foi a indicação que deram”, disse o chefe de serviço.

A superfície frontal deslocou-se de noroeste para sueste, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. No distrito de Setúbal e no Alentejo, registaram-se cerca de 20 inundações em habitações e vias públicas, sem causarem danos pessoais, disseram à agência Lusa fontes da Protecção Civil.

Notícia actualizada às 20h05

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