Escolas da Póvoa de Santa Iria suspendem plano de fecho rotativo por falta de funcionários

As oito escolas da Póvoa de Santa Iria (a segunda mais populosa freguesia do concelho com 35 mil habitantes) são frequentadas por mais de 3700 alunos.

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adriano miranda

O Agrupamento de Escolas da Póvoa de Santa Iria (AEPSI) decidiu suspender o plano de fecho rotativo dos oito estabelecimentos de ensino que coordena, depois de ter recebido garantias da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (Dgest) da “possibilidade de reforço de assistentes operacionais” já a partir da próxima semana. O plano, divulgado na quinta-feira, gerou muita controvérsia no concelho de Vila Franca de Xira, com o PSD a exigir explicações do Ministério da Educação e a câmara, que assumirá em Janeiro todo o pessoal não docente das escolas locais, a mostrar-se “surpreendida” e “preocupada” com a situação.

As oito escolas da Póvoa de Santa Iria (a segunda mais populosa freguesia do concelho com 35 mil habitantes) são frequentadas por mais de 3700 alunos. Na quinta-feira, o AEPSI comunicou que “face ao número reduzido de assistentes operacionais para assegurar as necessidades mínimas, a direcção tem procedido diariamente à deslocação destes trabalhadores entre as diferentes escolas, tentando assegurar o seu funcionamento como uma situação de último recurso”.

Mas, prossegue a direcção do AEPSI, esta reiterada falta de assistentes operacionais “tem provocado a exaustão dos que se encontram ao serviço pelas imensas tarefas que realizam dia após dia e pela instabilidade causada na constante mudança de escola, levando muitos a recorrer a atestado/baixa médica, agravando o problema de funcionamento das escolas”. Por isso, o AEPSI elaborou um plano que previa o fecho rotativo das oito escolas locais (cinco escolas do 1º. Ciclo, um jardim-de-infância, uma escola dos 2º. e 3º. Ciclo e uma básica e secundária) já a partir de segunda-feira. 

Já ao final da tarde de sexta-feira, segundo Pedro Miguel Ferreira, do AEPSI, a Dgest assumiu o compromisso de reforçar o número de assistentes operacionais já a partir da próxima semana. Nessas condições, o agrupamento decidiu “não proceder ao encerramento rotativo dos estabelecimentos de ensino tal como estava previsto, pelo que as escolas manterão o seu regular funcionamento”.

A Câmara de Vila Franca de Xira manifesta “grande preocupação” pelo problema suscitado pela direcção do AEPSI, garante que está a acompanhar a situação e sustenta que, embora o acordo de descentralização de competências já celebrado entre a autarquia e o Governo, estabeleça que o pessoal não docente de todos os níveis de ensino passará a integrar o quadro de pessoal da câmara, “essa medida ainda não se efectivou”.

“Por decisão do Ministério da Educação, a transição destes assistentes operacionais só será feita em Janeiro de 2020”, remata a autarquia vila-franquense. Em causa estão cerca de 600 assistentes operacionais que passarão do Ministério da Educação para os quadros da Câmara vila-franquense, que já assumiu, também, o compromisso de criar uma bolsa de funcionários que possam suprir as “faltas” nas diferentes escolas do concelho. 

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