Mário Amorim Lopes. Liberalização económica, desigualdades e política identitária

O convidado desta semana do podcast 45 Graus é Mário Amorim Lopes, docente universitário e investigador na área da economia e políticas de saúde, que se descreve de forma provocadora como “despudoradamente liberal”. Tem sido uma presença activa tanto no blog O Insurgente como no Twitter, publicando também ensaios sobre a área da saúde no Observador.

Em mais um episódio da série “Orientações Políticas”, em conversa com o economista José Maria Pimentel, fala-se sobre o papel que os privados podem ter na saúde ou no ensino - e que não é, a priori, incompatível com um sistema de acesso universal - e também de questões que extravasam Portugal, como o aumento da concentração de riqueza em países como os EUA e o aumento do poder de mercado de alguns gigantes tecnológicos, que pode ser um risco já que o poder económico, esteja ele com indivíduos ou com empresas, facilmente se converte em poder político. Entre temas mais sociais e outros mais económicos, a conversa navega ainda por tópicos como a confusão entre desigualdade e pobreza e os “problemas gémeos de Portugal": falta de crescimento económico vs desigualdade de oportunidades.

Discute-se ainda uma crítica do anfitrião a uma parte relevante da direita liberal em Portugal, que, em muitos casos, fala em meritocracia mas parece, na prática, dar pouca atenção a tentar diminuir a desigualdade de oportunidades. Por fim, o que José Maria Pimentel propõe como um dos grandes desafios actuais para um progressista liberal: como fazer oposição às agendas políticas que surgem a reboque da expansão da política identitária e de tentativas de condicionamento do discurso, sem contudo deixar de reconhecer que existem problemas urgentes de injustiça social subjacentes que não se vão resolver sozinhos.

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