Gasperini inconformado: “Espero que acabe este massacre das selecções”

Treinador da Atalanta irritado com a lesão de Zapata ao serviço da Colômbia. “Os jogos particulares são inúteis”, atira.

Foto
Reuters

A questão volta à baila sempre que é accionado o calendário das selecções. Se, no caso da Europa, o “problema” dos jogos particulares foi amenizado com a introdução da Liga das Nações, por outras paragens a preocupação dos treinadores mantém-se. E Gian Piero Gasperini, técnico da Atalanta, sentiu na pele os riscos que estes compromissos acarretam, ao perder o avançado Duvan Zapata para os próximos três jogos.

Em entrevista ao jornal Corriere dello Sport, Gasperini não foi de meias palavras quando se tratou de comentar a lesão contraída pelo goleador ao serviço da Colômbia, no jogo de preparação com o Chile (0-0), há cerca de uma semana. As dores no adutor vão afastar Zapata, de resto, do embate com o Manchester City, na Liga dos Campeões.

“É inútil andar a viajar pelo globo para disputar jogos particulares sem interesse. Os jogadores estão sujeitos a um turbilhão de exigências durante 12 ou 13 dias sem que haja alguma coisa em jogo. E depois queixamo-nos de que aumenta o número de lesões...”, assinalou.

O treinador de 61 anos, que já orientou o Génova e o Palermo, para além de um curta passagem pelo Inter Milão, acentuou as críticas a respeito do calendário. “Há jogos que não são vistos por ninguém. São inúteis, quer do ponto de vista técnico-táctico, quer do ponto de vista do entertenimento”, insistiu o técnico que colocou a Atalanta, pela primeira vez na história, na Liga dos Campeões.   

Para Gasperini, como para muitos outros treinadores, é descabido haver pausas para compromissos das selecções em Setembro, Outubro e Novembro. O que o italiano sugere é uma janela mais longa, mas única, em que todos os jogos internacionais sejam disputados.

“Esperamos que este massacre causado pelas selecções acabe. O campeonato não pode ser interrompido três vezes em três meses. Neste período, julgo que seria melhor concentrarmos os jogos das selecções num só período de paragem”. 

Sugerir correcção
Comentar