Os pecados dos escritores

A decisão do júri da Academia Sueca que atribui o Prémio Nobel da Literatura está contaminada por um critério que dá origem a grandes equívocos: o critério da biografia política dos autores e do respectivo curriculum cívico. Levado às últimas consequências (felizmente, tal não é fácil, porque a literatura não é domesticável e rebela-se até contra si própria), este critério faria do prémio um julgamento dos pecados e das virtudes da pessoa dos escritores e não da sua obra. Na história da literatura universal, terá assim cabido à Academia Sueca escrever um capítulo edificante que pode ser intitulado A Literatura e o Bem, sem sequer se aproximar das catacumbas sombrias — um horror! — dessa história, onde prosperaram, em todos os tempos, uns energúmenos geniais que um celerado chamado Georges Bataille reuniu sob o signo do mal, em A Literatura e o Mal (1957).

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 5 comentários