Aveiro quer ganhar “eficiência” com concurso de transportes à escala regional

Comunidade Intermunicipal vai entregar todas as carreiras de autocarros, municipais ou intermunicipais, a um só operador. Concurso vai ser lançado em breve.

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Ribau Esteves revelou que a ideia passa por entregar todas as carreiras, municipais ou intermunicipais, a um só operador Jose Sena Goulao

Ainda no final deste mês ou meados de Novembro a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) já deverá estar em condições de lançar o concurso para os serviços públicos de transporte de passageiros à escala regional. Trata-se de uma grande operação, que abrangerá dez dos onze municípios que integram a comunidade regional aveirense, e que permitirá ganhos de “eficiência” e “ambientais”, segundo destacou o presidente da CIRA, Ribau Esteves. Os pressupostos base deste concurso foram apresentados ao final da tarde desta quinta-feira, no Congresso da Região de Aveiro, a decorrer no Parque de Feiras e Exposições do município sede da região.

A CIRA assumirá, assim, a gestão das operações de transportes municipais e intermunicipais, estando a ultimar “as múltiplas peças” de um processo que não tem sido fácil, segundo testemunhou Ribau Esteves. “A primeira dificuldade esteve exactamente no facto de termos sido obrigados a fazer todo um levantamento da realidade porque a entidade tutelar do processo, o Instituto de Mobilidade e Transportes, não tinha informação sobre a operação da sua competência”, lamentou. Perante isto, foi necessário “fazer essa verificação no terreno para tomar as decisões ao nível das carreiras, definição de horários, etc”, explicou o líder da CIRA.

Sem divulgar, por agora, quais os montantes financeiros que estão em causa neste concurso, Ribau Esteves revelou que a ideia passa por entregar todas as carreiras, municipais ou intermunicipais, a um só operador (pode ser um consórcio de várias empresas). “É uma só operação que integra as operações dos circuitos municipais de dez dos onze municípios da CIRA”, assegurou, explicando que só o município de Aveiro, a que preside, fica de fora. A exclusão prende-se com a “concessão em curso no município de Aveiro e que já vai no terceiro ano de operação”. Ainda assim, vinca, está devidamente assegurada (e protocolada) “a devida coordenação” entre as duas operações.

Com esta operação à escala intermunicipal, os autarcas da região estimam ganhar, acima de tudo, “eficiência”. “É uma operação que integra a oferta municipal e intermunicipal e, portanto, ganharemos eficiência ao termos uma entidade local que a vai liderar e um só operador que a vai gerir”, argumentou Ribau Esteves. Existirão também, segundo perspectiva o autarca, “ganhos ambientais” pela exigência ao nível da tipologia dos autocarros.

O prazo de concessão vai ser de cinco anos com uma prorrogação de dois anos, “um prazo curto para permitir à CIRA ganhar mão ao conhecimento da realidade”, justificou. Não obstante estar em causa uma grande operação – são “mais de cem autocarros e cem motoristas”, revelou Ribau Esteves -, os autarcas estimam que o mercado consiga responder. A correr tudo conforme previsto – a operação carece de visto do Tribunal de Contas -, a concessão poderá arrancar no terreno no segundo trimestre de 2020.

Os transportes são um dos temas centrais do Congresso da Região de Aveiro, que está a decorrer desde quarta-feira e cuja agenda é preenchida com a apresentação e debate dos principais assuntos e projectos da região. Esta sexta-feira, a encerrar o congresso, discute-se a “Gestão Florestal qualificada e novas apostas”, aprofundado temas como a investigação, a produção qualificada e a biomassa e a energia na região. Antes do encerramento, agendado para as 12h25, os congressistas terão ainda tempo para falar sobre a “Protecção Civil/Capacitação Institucional e Territorial”.

O primeiro dia do encontro ficou marcado pela celebração dos 30 anos de associativismo municipal em Aveiro, se esquecer o futuro, em especial as “lutas” que a região ainda tem de travar. O fim da cobrança de portagens nas auto-estradas nos percursos feitos dentro da região, a concretização da ligação ferroviária Aveiro-Salamanca e o ressurgimento do programa Polis estão entre as prioridades.

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