Esquerda repudia condenação dos líderes independentistas catalães

Bloco de Esquerda e PCP criticam decisão do Supremo Tribunal de Espanha.

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Reuters/ALBERT GEA

O Bloco de Esquerda e o PCP criticaram nesta terça-feira as condenações dos líderes independentistas catalães pelo Supremo Tribunal de Espanha. O Bloco lamenta “a reiterada tentativa por parte do Estado espanhol em procurar resolver um conflito eminentemente político” recorrendo à repressão e à prisão. O PCP diz que a decisão insere-se numa “linha de recurso à coacção, à repressão e à judicialização” e que “não só não contribui para o encontrar de uma solução política, como tenderá a agravar o problema”.

Na segunda-feira, os principais dirigentes políticos que participaram na tentativa de independência da Catalunha foram condenados a penas que vão até, no máximo, 13 anos de prisão. Os bloquistas consideram que “a condenação efectiva do exercício de direitos políticos representa um ataque aos princípios fundadores do Estado de Direito democrático e aos mais elementares direitos cívicos e políticos”, segundo um comunicado que fizeram chegar às redacções. Os comunistas alertam para que “a instrumentalização de sentimentos nacionais, a escalada de factos consumados, a ausência de uma solução política” não podem servir para “iludir as responsabilidades” de uma “política com graves consequências sociais” em Espanha e para a “promoção de valores reaccionários e de sectores fascistas franquistas”.

Para o PCP, esta questão só poderá ser resolvida com uma “solução política, no respeito pela vontade dos povos de Espanha e, consequentemente, da vontade do povo catalão e da salvaguarda dos direitos sociais e outros direitos democráticos destes povos”. O Bloco também defende o diálogo. “Entendemos, por isso, tal como o afirmámos no passado, que só a via do diálogo político e democrático, no estrito cumprimento do direito dos povos à sua autodeterminação, pode resolver a questão catalã”, afirma o Bloco.

Ambos defendem a anulação das condenações. O Bloco “apela à libertação de todos os presos políticos catalães, ao regresso dos exilados sem represálias e ao fim da repressão na Catalunha”, tal como o PCP, que considera necessária “a anulação das condenações e a consequente libertação”.

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