O vício, a fama e a família: segredos de Elton John revelados em autobiografia

O livro Me está à venda a partir desta terça-feira e foi escrito a pensar nos filhos.

Foto
O cantor fala sobre o vício e a sua luta para ficar sóbrio Stringer/Arquivo

Um jantar atribulado com a princesa Diana, o que pensava sobre Michael Jackson, o vício da cocaína e a relação atribulada com os pais são alguns dos episódios relatados por Elton John em Me, a sua autobiografia publicada nesta terça-feira e que o cantor tem, nos últimos dias, vindo a dar entrevistas e levantando o véu sobre a sua vida.

Por exemplo, em entrevista à BBC, Elton John fala de como até ao último momento sempre procurou a aprovação do pai, com quem teve uma relação atribulada. Stanley Dwight, tenente da Força Aérea Britânica, nunca foi a um concerto do filho, nem expressou o seu orgulho pela sua carreira. “É parvo, mas eu só queria a aprovação dele”, confessa o cantor.

Nascido Reginald Dwight, em Pinner, na zona ocidental de Londres, Elton John cresceu nos anos 1950 numa família conservadora, mas naturalmente inclinada para música. O cantor recorda, com carinho, o dia em que a mãe levou para casa o disco de Elvis Presley, Heartbreak Hotel.

A relação do cantor com a mãe, Sheila Farebrother, nunca foi fácil e durante sete anos os dois estiveram de costas voltadas. Na origem do conflito esteve um comentário sobre David Furnish, marido de Elton John. A mãe acusava o filho de se preocupar mais com o marido do que com ela. Pouco antes da morte de Sheila Farebrother, em 2017, os dois reconciliaram-se. “Não podemos mudar as pessoas. Temos é que mudar a nossa atitude para com elas. Almoçamos algumas vezes em minha casa e nada tinha mudado. Eu disse ‘amo-te mãe’ e ela respondeu ‘Também te amo. Não gosto de ti, mas amo-te. Mas não gosto de ti!’”, revela Elton John em entrevista à CBS.

O dia seguinte

Nas páginas da autobiografia, Elton John fala sobre a excentricidade que sempre o caracterizou. Na entrevista à CBS, garante que não se arrepende do exagero de exposição, mas sim do dia em que se cruzou com a cocaína, em 1974.

No início, a droga dava-lhe “confiança e euforia”, mas quando o vício se instalou, Elton John confessa ter-se tornado violento. No livro, o artista recorda o dia seguinte a ter filmado o videoclip para a música “I’m Still Standing”, tipicamente conhecida como o seu hino de sobriedade: acordou com as mãos a tremer, sem qualquer lembrança da noite anterior, e que teria dado um soco so seu manager John Reid e, de seguida, destruído o quarto de hotel. O artista ficou sóbrio em 1990, quando o então namorado Hugh Williams o internou numa clínica de reabilitação.

Passados 50 anos de carreira, Elton John aproveita a autobiografia para recordar alguns momentos inéditos da sua viagem pelo mundo da fama. Amigo próximo da família real, o artista recorda um jantar no qual os actores Richard Gere e Sylvester Stallone lutaram pela atenção da princesa Diana.

Elton John descreve também um jantar em que Michael Jackson foi convidado, mas não comeu. Os convidados não sabiam onde estava, até que foi encontrado a brincar com o filho da empregada do cantor britânico. “Não o digo de mau tom, mas ele era mesmo uma pessoa mentalmente perturbada”, justifica Elton John.

O cantor tem dois filhos, Zachary e Elijah, com o produtor David Furnish. Em entrevista à BBC, Elton John garante que a biografia foi escrita para eles. “Quero que saibam que o pai estava a ser honesto, e que fez alguma coisa da vida, mesmo com alguns contratempos pelo caminho”, conclui.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários