Laboratório de conservação e restauro dos bonecos de Estremoz avança em 2020

Autarquia fez parceria com a Universidade de Évora para valorizar património classificado pela UNESCO.

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A arte dos bonecos foi classificada pela UNESCO em Dezembro de 2017 LUSA/NUNO VEIGA

Um laboratório de investigação, conservação e restauro dos bonecos de Estremoz em barro, classificados pela UNESCO, vai ser criado em 2020 no museu municipal da cidade alentejana, revelou esta segunda-feira o município. Segundo a autarquia, o equipamento vai ser instalado no Museu Municipal Professor Joaquim Vermelho o que representa mais uma valência de âmbito científico para o espaço museológico com o objectivo de potenciar o conhecimento sobre os bonecos.

A “Produção de Figurado em Barro de Estremoz”, vulgarmente conhecida como bonecos de Estremoz, foi classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 7 de Dezembro de 2017, na sequência de uma candidatura apresentada pelo município do distrito de Évora. Mas o laboratório, de acordo com o município, além de contribuir para o conhecimento sobre a arte dos bonecos, vai estar também aberto às restantes cerâmicas, sejam estas populares, de origem arqueológica ou artísticas, “centralizando o restauro e a conservação de figurado de Estremoz, esteja este património na posse de particulares, associações ou instituições museais”.

O laboratório, que representa um investimento superior a 50 mil euros, beneficiou de uma candidatura apresentada ao programa comunitário Alentejo 2020, sendo comparticipada em 75% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O Centro Hércules da Universidade de Évora vai ser parceiro neste projecto, no sentido de potenciar e rentabilizar o investimento a realizar.

Também em Estremoz, está a decorrer até ao dia 6 de Dezembro, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, uma formação sobre técnicas de produção de bonecos, que tem a duração de 150 horas e conta com 16 formandos. Trata-se de uma parceria entre o Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE) e o município alentejano, que tem como objectivo “dar formação de qualidade” a quem decidiu “aprender tudo sobre os bonecos de Estremoz”.

Os bonecos de Estremoz, o primeiro figurado do mundo a receber a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, pertencem a uma arte de caracter popular, com mais de 300 anos de história. Com mais de uma centena de figuras diferentes inventariadas, a arte, a que se dedicam vários artesãos do concelho, consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efectuada manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII.

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