Zero lamenta baixa taxa de recolha de medicamentos fora de uso
A taxa de recolha destes resíduos foi de cerca de 18% em 2018. Embora se tenha registado um ligeiro aumento face a 2017, a associação ambientalista lamenta que o valor continue muito baixo.
A associação ambientalista Zero lamentou este domingo que a recolha de medicamentos fora de uso continue a registar níveis muito reduzidos e defende medidas que estimulem a entrega destes resíduos bem como o alargamento da rede de recolha.
Depois de ter analisado o relatório da Valormed — entidade responsável pela gestão das embalagens vazias e medicamentos fora de uso — a Zero concluiu que os números não são animadores, tendo em conta uma taxa de recolha de 18% registada em 2018.
“Apesar de ter ocorrido um ligeiro aumento na taxa de recolha destes resíduos, face ao ano de 2017, a mesma continua a ser muito baixa, cerca de 18%, denunciando, mais uma vez, a necessidade de reforçar a sensibilização e estimular os portugueses para a entrega dos resíduos nas farmácias, bem como de alargar a rede de recolha”, indica a associação ambientalista, em comunicado hoje divulgado.
Em 2018, o número de embalagens colocadas no mercado atingiu os 307 milhões de unidades, o que corresponde a um potencial de resíduos gerado (embalagens e medicamentos) de 5954 toneladas.
Deste total, refere a Zero, os portugueses entregaram 1051 toneladas de resíduos nas farmácias, número que representa “apenas mais 75 toneladas do que em 2017”. Em 2017, foram recolhidos 17% dos medicamentos comprados, tendo sido colocadas no mercado 304 milhões de embalagens.
Perante as “conclusões pouco animadoras” a que os números lhe permitiram chegar, a Zero defende a criação de incentivos a atribuir aos consumidores, através de um sistema de concessão de pontos pelas embalagens entregues que possam ser convertidos em descontos.
A associação ambientalista quer ainda que o Ministério do Ambiente avance com o despacho que permitirá alargar os pontos de recolha à rede de parafarmácias existentes no país.
A Zero assinala também que a presença de compostos farmacêuticos nas massas de água “é cada vez maior”, sendo necessária uma “maior exigência na abordagem à presença desses compostos nas águas residuais” que resultarão parcialmente da “incorrecta deposição de restos de medicamentos no sistema de saneamento”.
Neste contexto, defende a realização de acções de sensibilização sobre os resíduos dos medicamentos e riscos que representam e a realização de estudos que permitam aferir o grau de conhecimento dos consumidores sobre esta questão.