Irmã Dulce é canonizada e torna-se a primeira santa brasileira

A beata brasileira passa agora a ser conhecida como Santa Dulce dos Pobres. A cerimónia de canonização de cinco beatos decorreu este domingo no Vaticano.

Fotogaleria
Um retrato da Irmã Dulce pendurado na Basílica de São Pedro LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
O Papa Francisco durante a cerimónia LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
Os cinco beatos que foram canonizados LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani
Fotogaleria
LUSA/Riccardo Antimiani

A irmã Dulce (1914-1992), uma das maiores referências católicas do Brasil, reconhecida pelo seu trabalho de auxílio aos mais pobres, foi este domingo canonizada pelo Papa Francisco. 

Torna-se assim na primeira santa milagreira nascida no Brasil. A madre Paulina, canonizada em 2002 e com uma forte ligação ao Brasil, onde morreu, é considerada italiana pelo Vaticano em virtude do seu local de nascimento, em Itália. Quanto aos 30 mártires católicos canonizados em 2017, mortos pelos colonizadores holandeses do Nordeste brasileiro em 1645, estes não são oficialmente considerados brasileiros pelo Vaticano, uma vez que se desconhece a identidade e local de nascimento da maioria. O Brasil já contava contudo com vários santos do sexo masculino.

A cerimónia de canonização que tornou a irmã Dulce em Santa Dulce dos Pobres decorreu esta manhã na Praça de São Pedro, no Vaticano, perante cerca de 50 mil fiéis.

Outros quatro beatos foram também canonizados este domingo pelo Papa Francisco, entre eles o teólogo e cardeal inglês John Henry Newmann, um dos principais intelectuais cristãos do século XIX; a religiosa italiana Giuseppina Vannini; a religiosa indiana Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan e a catequista suíça Margherita Bays.

“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, e depois de haver reflectido longamente, ter invocado ajuda divina e ter escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys”, proferiu o Papa, em latim.

Como recorda o portal de notícias brasileiro G1, da Globo, Dulce Lopes Pontes foi beatificada em 2011 depois de ter o seu primeiro milagre reconhecido: uma mulher acompanhada por Dulce que viu uma hemorragia pós-parto parar de forma subida, sem necessidade de intervenção médica. Depois de beatificada, Dulce Lopes Pontes passou a ser chamada de “bem-aventurada Dulce dos Pobres”.

Ainda assim, para ser considerada santa, a Irmã Dulce precisaria de ter um segundo milagre reconhecido, o que acabou por ocorreu em Maio deste ano. Depois de fazer uma oração à então beata, o maestro José Maurício voltou a ver depois de perder a visão por causa de um glaucoma​. Em 2000, José Maurício já estava cego, mas em 2014, depois da oração, voltou a ver, considera o Vaticano.

No Brasil, a agora santa é também conhecida por ter dormido sentada numa cadeira, todas as noites durante 30 anos, para cumprir uma promessa — esta foi a forma que encontrou para agradecer pela recuperação de uma irmã que em 1955 teve uma gestação de alto risco. Só em 1985 voltou a dormir numa cama, depois dos médicos a convencerem de que o seu estado de saúde poderia piorar se continuasse a dormir sentada.

Sugerir correcção
Comentar