Equipa especial para investigar crimes no futebol tem 12 investigações

Dos casos revelados, sete nasceram em Lisboa, dois no Porto, um em Braga, outro em Santa Maria da Feira e, por fim, um em Coimbra.

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NUNO FERREIRA SANTOS

A equipa especial do Ministério Público, dedicada à investigação de crimes praticados e competições desportivas de futebol, tem actualmente nas suas mãos 12 casos. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias (JN) nesta quarta-feira.

O número de processos foi revelado no despacho de acusação de Rui Pinto, hacker acusado pelo Ministério Público de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo — entre eles o acesso ao sistema informático da Procuradoria-Geral da República.

Dos casos revelados, sete foram criados em Lisboa, dois no Porto, um em Braga, outro em Santa Maria da Feira e, por fim, um em Coimbra.

Esta equipa especial, composta por duas procuradoras e uma procuradora-adjunta, foi criada em Abril de 2018 para coordenar as investigações de crimes cometidos no futebol “de forma concentrada, integrada e coordenada, competindo-lhe decidir quais as investigações que lhe ficam afectas e quais as que devem ser investigadas noutros departamentos do Ministério Público”, especificou fonte da PGR contactada pelo JN. 

Contactada pelo mesmo jornal, a PGR não negou o número de casos, mas também não os especificou.

Quanto ao caso dos emails do Benfica — uma alegada tentativa do Benfica de influenciar as classificações dos árbitros, com base numa complexa rede de contactos — não foi mencionado na acusação a Rui Pinto. De acordo com o JN, esta equipa especial terá funções de coordenação e investigação, mas ao inquérito dos e-mails já se juntaram outras investigações autónomas, por cruzarem várias matérias.

Devido a este caso, a Polícia Judiciária fez várias buscas no Estádio da Luz, mas a SAD do Benfica não foi constituída arguida.

Outro dos casos que estará nas mãos da equipa especial é o Feirense-Rio Ave, disputado em Fevereiro de 2017, e que terá levantado suspeitas de corrupção de jogadores. As apostas para este jogo foram suspensas depois de a Santa Casa ter detectado “movimentos atípicos" — isto é, um grande volume de apostadores. As autoridades pensam que os jogadores do Rio Ave podem ter sido aliciados a perder a partida — derrota que acabou por acontecer.

O último dos casos citados pelo JN é o da partida entre o Sporting de Braga e o FC Porto em que Luís Gonçalves, director-geral dos “dragões” terá ameaçado Tiago Antunes, quarto árbitro, dizendo que teria uma carreira curta. No final da época, o árbitro acabou mesmo por ser despromovido e o Ministério Público de Braga anunciou a abertura de um inquérito por suspeitas de interferência.

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