Adobe encerra contas na Venezuela para respeitar sanções dos EUA

A decisão é um resultado directo da ordem executiva que Donald Trump assinou em Agosto que proíbe empresas norte-americanas de realizar negócios na Venezuela.

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Os utilizadores lesados na Venezuela não terão direito a reembolso KEVIN LAMARQUE/REUTERS

Os utilizadores da Adobe na Venezuela vão deixar de ter acesso aos serviços da empresa que incluem o programa de edição de imagens Photoshop e o leitor de documentos Acrobat Reader. A decisão, anunciada ao final desta segunda-feira, é um resultado directo das sanções do Presidente Donald Trump contra o país da América do Sul – mais especificamente a ordem executiva 13884 que impede empresas norte-americanas de realizar negócios com o Governo de Caracas.

Quem usa os serviços da Adobe na Venezuela têm até dia 28 de Outubro para descarregar os seus ficheiros antes de verem as respectivas contas apagadas. Numa página de perguntas e respostas a equipa da Adobe diz que fará “todos os esforços para restaurar os serviços na Venezuela assim que for legalmente possível.”

Os utilizadores que pagam pelos serviços da Adobe também não terão direito a receber o seu dinheiro de volta, uma vez que a ordem executiva 13884 obriga ao encerramento de todas as actividades com as entidades venezuelanas incluindo vendas, apoio ao cliente e reembolsos.

Mais empresas norte-americanas a funcionar no país devem seguir o exemplo da Adobe nos próximos tempos.

O encerramento dos serviços da Adobe na Venezuela preocupa alguns activistas no país. Num comentário no Twitter, o norte-americano Geof Ramsey escreve que a decisão é “incrivelmente contraprodutiva” porque várias organizações não-governamentais e serviços de jornalismo independente dependem de cópias legais do Photoshop e de outros serviços da Adobe. A organização onde Ramsey trabalha, a WOLA (Washington Office on Latin America), que se dedica a promover os direitos humanos na região, é um exemplo das instituições afectadas.

As sanções dos EUA traduzem o aumento da pressão diplomática contra o regime liderado pelo socialista Nicolás Maduro. Numa carta enviada ao Congresso em Agosto, Donald Trump justificou a decisão “devido à contínua usurpação do poder pelo regime ilegítimo de Nicolás Maduro, e aos abusos dos direitos humanos, prisões arbitrárias de cidadãos venezuelanos, restrição da liberdade de imprensa e tentativas de desautorizar o Presidente interino Juan Guaidó”.

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