Rede Nacional de Arte Rupestre adiada por falta de vistos do Tribunal de Contas

“Mesmo não havendo a formalização oficial, a rede já está constituída, tratando-se de um organismo de partilha cultural e científica”, assegura Bruno Navarro, presidente da Fundação Côa Parque.

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Gravuras rupestres no Vale do Côa DR

A constituição formal da Rede Nacional de Arte Rupestre (RNAR), prevista para esta quarta-feira no Museu do Côa, foi adiada, por falta de vistos do Tribunal de Contas nos processos dos municípios aderentes, disse esta terça-feira a organização.

“A adesão formal dos municípios à Rede Nacional de Arte Rupestre só poderá ser efectuada após a sua aprovação em sede de executivo e assembleia municipal, para assim receber o visto prévio do Tribunal de Contas”, disse à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro.

Para o responsável, trata-se de “um formalismo”, acrescentando que “as pessoas que assinaram o termo de compromisso de adesão à rede “já se têm encontrado em diversas reuniões de trabalho”. “Logo que os municípios consigam a obtenção do visto prévio do Tribunal de Contas avançamos de imediato para a formalização da constituição da Rede Nacional de Arte Rupestre”, concretizou Bruno Navarro.

O acto formal de constituição da RNAR estava agendado para esta quarta-feira, Dia Europeu da Arte Rupestre, no Museu do Côa, onde marcarão presença todos os representastes das entidades envolvidas no seu processo de constituição. “Mesmo não havendo essa formalização oficial, a rede já está constituída, tratando-se de um organismo de partilha cultural e científica, através de um processo que começou no passado mês de Dezembro, no Museu do Côa”, frisou o responsável da Fundação Côa Parque. Bruno Navarro acrescentou que “a Rede Nacional de Arte Rupestre já tem estatutos e plano de viabilidade económica”.

O Museu do Côa vai acolher a sede da futura rede, resultado da escolha de cerca de 30 entidades nacionais, que pretendem inventariar e estudar estas formas de arte. “Esta nova entidade vai permitir criar uma nova rota turística de valor económico, que vai englobar todo o interior do país, desde o sul do Alentejo ao norte de Portugal, sendo uma rede constituída, essencialmente, por municípios e organismos de ensino superior, com uma abrangência territorial considerável”, explicou o responsável.

Bruno Navarro salientou à Lusa que se trata de um grande desafio para a Fundação Côa Parque, pela responsabilidade envolvida, já que se trata de um organismo que está sediado num território reconhecido pela organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Património Mundial da Humanidade. “Queremos contribuir com o conhecimento e com a notoriedade internacional que o Parque Arqueológico e o Museu do Côa adquiriram nos últimos 25 anos, no que se refere à Arte Pré-Histórica”, disse o responsável.

A RNAR envolve entidades como a Fundação Côa Parque, as câmaras municipais de Alijó, Alandroal, Arcos de Valdevez, Arganil, Arronches, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Mação, Macedo de Cavaleiros, Meda, Mirandela, Torre de Moncorvo, Montemor-o-Novo, Oliveira de Frades, Pinhel, Ponte da Barca, Reguengos de Monsaraz, Torre de Moncorvo, Valença do Minho, Vila Nova de Foz Côa e Vila Velha de Ródão. Fazem também parte da rede a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, as faculdades de Letras das universidades de Lisboa, do Porto e de Coimbra, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e o Instituto Politécnico de Tomar.

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