Juiz ordena a Trump que entregue declarações fiscais

Presidente dos EUA vai ter de entregar as declarações impostos, pessoais e empresariais, dos últimos oito anos. Juiz considerou que o Presidente não é imune a processos criminais como queria a defesa.

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Advogados de Donald Trump já recorreram da sentença LUSA/SHAWN THEW

O Presidente dos Estados Unidos vai ter de entregar oito anos de declarações fiscais à procuradoria de Manhattan, pessoais e empresariais, depois de um juiz federal ter rejeitado o argumento da defesa de Donald Trump de que os chefes de Estado são imunes de investigações criminais.

O juiz Victor Marrero, da secção distrital de Manhattan Sul, ordenou à empresa que faz a contabilidade de Trump, Mazars USA, que entregue as declarações fiscais pessoais e empresariais do Presidente desde 2011, tal como foi intimado fazer pelo procurador do distrito de Manhattan, Cyrus R. Vance Jr.

Cyrus Vance Jr. está a investigar se as leis estaduais de Nova Iorque foram violadas quando Trump e a sua empresa reembolsaram Michael Cohen, o antigo advogado pessoal do Presidente, pelos pagamentos que este fez à antiga actriz de filmes pornográficos Stormy Daniels durante a campanha presidencial de 2019. Cohen cumpre actualmente uma pena de prisão

Stormy Daniels alega que manteve um caso com Trump, algo que o agora Presidente nega.

Os advogados do chefe de Estado já entraram com um pedido de recurso da decisão do juiz Marrero que, na sentença, defende que “a noção expansiva de imunidade constitucional aqui invocada para proteger o Presidente de processos judiciais excederia os limites do poder executivo”.

O procurador de Manhattan garantiu, na sua resposta à contestação da defesa apresentada ao juiz federal, que um grande júri tem o direito de “prosseguir a sua investigação livre de interferência e de demoras litigiosas”.

Para a defesa de Trump, a investigação de Vance – democrata como o juiz Marrero, nomeado pelo então chefe de Estado Bill Clinton – tem motivações políticas e esperam que através de recursos consigam evitar que as declarações do Presidente tenham de ser entregues até ao final do seu mandato, em 2020.

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