Um a um, Marc Márquez vai ultrapassando todos os recordes

Piloto espanhol sagrou-se campeão mundial de MotoGP pela sexta vez, a quarta consecutiva. Já só está a um título de Rossi e a dois de Agostini.

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Emocionante, disputado até aos últimos metros e um retrato das qualidades do novo campeão do mundo, assim foi o Grande Prémio da Tailândia, palco da consagração de Marc Márquez como o melhor de 2019 no MotoGP e, por direito próprio, já um dos melhores de sempre. O espanhol da Honda confirmou o favoritismo arrebatando o sexto título na categoria rainha do motociclismo de velocidade, quando faltam ainda quatro corridas para o fim da época.

A dimensão da façanha do catalão explica-se facilmente em números. Ao alcançar o oitavo título mundial (entre MotoGP e demais categorias) tornou-se, aos 26 anos, no mais jovem de sempre a atingir essa marca, batendo os italianos Valentino Rossi e Giacomo Agostini, que o conseguiram apenas aos 29 e 28 anos, respectivamente.

Graças aos nove triunfos já somados na presente temporada, a que juntou cinco segundos lugares e uma desistência, Márquez passou a ser o piloto espanhol com mais vitórias em MotoGP, ultrapassou os 3000 pontos no Mundial (marca atingida em Itália), os 2000 pontos (Holanda) e as 50 voltas rápidas na categoria-rainha (Alemanha).

Como se não bastasse, igualou também Rossi com sete vitórias em sete participações num mesmo circuito (Sachsenring, na Alemanha), tornando-se ainda no primeiro piloto da história a conseguir um mínimo de cinco vitórias durante dez temporadas seguidas em todas as classes.

Qual será, então, o próximo objectivo do espanhol? Atacar os sete títulos de Rossi e, a posteriori, os oito de Agostini. “Nunca fiquei obcecado por nenhum nome ou número e não é agora que o vou fazer. O mais importante é desfrutar no próximo ano, é isso que nos faz andar mais rápido. Estamos conscientes, eu e a Honda, de que todos os anos temos de reinventar-nos”, assinalou.

Neste domingo, no circuito tailandês, Marc Márquez não precisou de se reinventar, apenas de evidenciar alguns dos atributos que tem aperfeiçoado ao longo dos anos. Passou a quase totalidade das 26 voltas no pneu traseiro do líder Fabio Quartararo (Yamaha), tentou uma primeira ultrapassagem a três voltas do fim, sem êxito, e soube aguardar pelo momento exacto para desferir o ataque decisivo, já na derradeira volta.

Quando pediram ao experiente Aleix Espargaró (Aprilia) um comentário sobre o sucesso repetido do compatriota, que juntou o Mundial de 2019 aos de 2013, 2014, 2016, 2017 e 2018, a análise incidiu especialmente sobre este ponto: “Para mim, o Marc não tem mais velocidade do que em 2014, por exemplo, mas é muitíssimo mais consistente. Não falha. Sabe exactamente quando pode e quando não pode arriscar”.

Foi precisamente por ter sabido escolher o timing para saltar para a frente da corrida que neste domingo alcançou a 53.ª vitória em MotoGP, sendo já o piloto com mais pole positions (61), depois de ter superado as 58 do australiano Mick Doohan. No final, elevou-se sobre a mota e celebrou com o staff da Honda, antes de vestir uma camisola com a inscrição “Eightball” (bola oito) e de exibir, já no pódio, uma réplica em plástico de uma bola de bilhar justamente com o número oito, numa alusão ao total de títulos mundiais no currículo. 

O dia de euforia de Márquez contrastou com o sofrimento de Miguel Oliveira. O português da KTM ressentiu-se, em pleno Grande Prémio, da lesão sofrida no ombro direito a 25 de Agosto e acabou por não conseguir capitalizar a recuperação que encetou no início da corrida.

O piloto de Almada arrancou do 17.º lugar e, logo na segunda volta, escalou até ao 13.º, mantendo um equilibrado despique com  Pol Espargaró (KTM) até que as dores no ombro lhe provocaram uma queda até ao 16.º posto (a 40,136 segundos do vencedor), falhando por pouco o limiar dos pontos.

“O meu ritmo foi muito forte, mas, a partir do meio da prova, comecei a debater-me com o ombro. Faltava-me força e não conseguia travar tão tarde como gostaria para ser rápido”, explicou Oliveira. com Lusa

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