Barshim criou o primeiro dia de ambiente “a ferver” nos Mundiais
Destaque também para o desfecho dramático dos 3000 metros obstáculos, com final ao photo-finish. Kipruto e Girma cruzaram a meta juntos e nenhum festejou. Silêncio, espera e… festejo de Kipruto. Mas Girma não sai de “mãos a abanar”, já que não só leva a prata como bateu o recorde nacional da Etiópia.
Esta sexta-feira teve a primeira prova com verdadeiro ambiente de Mundiais de atletismo. Numa competição até aqui em ambiente “fantasma”, com estádio semi-vazio e silêncio em muitas provas, aquilo de que estes Mundiais precisavam era de um grande atleta da casa a competir numa final e, melhor ainda, a ser campeão. E foi isso que aconteceu.
A final masculina do salto em altura tinha Mutaz Barshim e, apesar da temporada pouco conseguida, o público do Catar, com um bom candidato à vitória, encheu o sector do estádio mais próximo da zona do salto em altura.
Houve explosão com a apresentação de Barshim, festa nos primeiros saltos – até nos fáceis – e loucura com mais um título mundial do atleta do Catar, o segundo consecutivo.
A prova do sector feminino já tinha sido tremenda, com o despontar da nova estrela Mahuchikh, mas a masculina não ficou atrás. Desempenho de altíssimo nível, já que teve, surpreendentemente, sete atletas acima dos 2,30m e três com recordes pessoais nesta prova.
2,33m foi a “marca da morte”: três dos sete atletas ainda em prova falharam nessa marca, deixando a discussão das medalhas entre Akimenko, Nedasekau, Ivanyuk e Barhshim. Este último passou os 2,33m apenas à terceira tentativa e, claro, houve loucura: estádio em erupção e Barshim aos gritos e a arrancar o próprio dorsal da camisola.
A seguir, passou os 2,35m à primeira tentativa, “repetindo a dose” nos 2,37m. Tremendo desempenho do segundo melhor saltador de sempre (já saltou 2,43m, dois centímetros menos do que o recorde mundial do cubano Javier Sottomayor), a “renascer das cinzas” depois de estar quase eliminado nos 2,33m. E como aos 2,37m já ninguém chegou, houve “festa rija” no Catar.
Por fim, destaque para o desfecho dramático dos 3000 metros obstáculos, com final ao photo-finish. Kipruto e Girma cruzaram a meta juntos e nenhum festejou. Silêncio, espera e… festejo de Kipruto. Mas Girma não sai de “mãos a abanar”, já que não só leva a prata como bateu o recorde nacional da Etiópia.