Centro Tecnológico Agro-alimentar do Alentejo “nasce” em Serpa

Numa primeira fase, o centro vai dispor de três linhas piloto semi-industriais (uma para produtos hortofrutícolas, uma para produtos lácteos e outra para produtos de pastelaria e panificação) e um laboratório para apoio a ensaios e experimentação.

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Miguel Manso

Um centro para dinamizar e apoiar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação empresarial no sector agro-alimentar no Alentejo vai “nascer” em Serpa, num investimento de quase dois milhões de euros, foi anunciado nesta quarta-feira.

Trata-se do Centro Tecnológico Agro-alimentar do Alentejo (CETAA), que envolve várias instituições e empresas e também pretende desenvolver valências tecnológicas e de gestão de apoio, promover formação técnica e tecnológica e prestar serviços especializados a pequenas e médias empresas do sector, explicou a Câmara de Serpa, no distrito de Beja, um dos membros fundadores do projecto.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o município refere que já foi aprovada a candidatura a co-financiamento do projecto de criação do CETAA em 85% por fundos comunitários, através do Programa Operacional Regional Alentejo 2020.

Segundo a autarquia, o centro vai ficar instalado na futura área de expansão da Zona Industrial de Serpa e o investimento inicial inclui a construção de um edifício de raiz e aquisição de equipamento específico de uso colectivo, infra-estruturas tecnológicas, equipamento informático e administrativo e sistemas de informação e comunicação.

O CETAA terá “todas as infra-estruturas de base para reproduzir processos semi-industriais e requisitos legais e ambientais exigidos ao licenciamento das actividades económicas dos seus clientes, constituindo-se como uma unidade de apoio à introdução de inovação e facilitadora da transferência de tecnologia para as pequenas e médias empresas do sector agro-alimentar do Alentejo”.

A “forte ligação” entre o CETAA e centros de investigação e empresas irá permitir “transformar a investigação fundamental em investigação aplicada, criando os meios e as tecnologias para o desenvolvimento dos seus processos produtivos”, refere o município.

Desta forma, o centro vai estar “ao serviço de todas as empresas que pretenderem usufruir das valências disponibilizadas, de novos projectos empresariais e do desenvolvimento do território”.

O centro também vai “dar resposta a uma lacuna existente no que respeita a serviços especializados” no sector agro-alimentar, como é o caso da gestão e controle de todo o processo produtivo e da qualidade de novos produtos, do apoio técnico à internacionalização dos negócios, da concretização de sistemas de controlo de gestão de qualidade, do apoio a novas soluções logísticas e de embalamento ou da inovação de marketing.

Segundo a Câmara de Serpa, numa primeira fase, o centro vai dispor de três linhas piloto semi-industriais (uma para produtos hortofrutícolas, uma para produtos lácteos e outra para produtos de pastelaria e panificação), um laboratório para apoio a ensaios e experimentação, uma cozinha para ensaios, confecção e prova, uma sala de provas, cafetaria, salas de reuniões e áreas técnicas e de serviços.

“Todos estes espaços vão estar totalmente equipados para responder às diferentes necessidades e o CETAA vai ter recursos humanos especializados no âmbito do processo produtivo e no apoio ao desenvolvimento das empresas e comercialização do produto”, indica o município.

Além da Câmara de Serpa, são também membros fundadores do centro o Instituto Politécnico de Beja, a Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, a Associação de Defesa do Património de Mértola, o Biodamasco - Agrupamento de Produtores Biológicos, duas queijarias, uma sociedade agrícola e uma empresa.

O projecto também conta com o apoio “de cerca de uma centena de outras entidades”, entre empresas, autarquias e instituições.

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