Afinal, a ilha dos dragões-de-Komodo não fecha aos turistas. Mas vai ficar muito, muito cara

Indonésia desiste de encerrar Komodo para protecção dos dragões. Em vez disso, será criado um sistema de acessos que poderá custar entre 450 e 900 euros. A entrada actualmente custa 9 euros.

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Um dragão-de-Komodo na ilha Reuters
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Um dragão-de-Komodo na ilha Reuters
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Parque Nacional de Komodo Reuters
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Parque Nacional de Komodo Reuters

Depois de meses de debates, a Indonésia decidiu que, ao contrário do planeado, a ilha onde os dragões-de-Komodo são reis não será encerrada. As autoridades indonésias queriam fechar a ilha para protecção e regeneração da espécie, mas o plano será abandonado em troca de um maior controlo do número de turistas e do aumento exponencial da taxa de entrada: dos actuais cerca de 9 euros por pessoa, passar-se-á para um sistema de acessos que poderá ultrapassar os 900 euros.

A razão oficial para a desistência do encerramento da ilha, segundo disse à Reuters o ministro do ambiente, Siti Nurbaya Bakar, passa por se ter chegado à conclusão de que a população de dragões se tem mantido estável, de 2002 a 2019, e que, portanto, “não há nenhuma ameaça ou declínio” que imponha medidas tão radicais.

O projecto inicial das autoridades indonésias passava também pela transferência temporária dos habitantes da ilha, uma proposta que foi recebida com muitas críticas e oposição local. Com a nova decisão, os cerca de 2000 habitantes permanecerão na sua ilha e continuarão a lucrar com o turismo, agora mais contido e muito mais caro.

"A ilha não vai fechar. Vamos reorganizar a ilha, em colaboração com o Governo local e as instituições envolvidas”, anunciou o ministro para os Assuntos Marítimos da Indonésia, Luhut Binsar Pandjaitan, citado pela agência de notícias Antara. "Será aplicada uma restrição ao número de turistas que podem visitar a ilha através de um sistema de bilhetes", acrescentou, após uma reunião com responsáveis do Parque Nacional de Komodo.

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Um turista no Parque de Komodo Beawiharta Beawiharta/Reuters

O sistema tem dois pilares básicos: quem comprar um acesso premium poderá visitar a ilha de Komodo; quem não tiver este nível de acesso, só poderá visitar as outras ilhas do parque, como Rica, que também tem dragões – o parque tem 147 ilhas e contabiliza cerca de 2800 dragões (cerca de 1800 vivem na ilha de Komodo). 

O Governo indonésio planeia investir 7,17 milhões de dólares (6,56 milhões de euros) na recuperação da ilha e na protecção dos dragões, incluindo a criação de um centro de investigação. 

Também o “crescimento da comunidade na ilha será restringido”, disse o porta-voz do Governo da região, Marius Jelamu, à BBC. Isto para que “a vila não se torne demasiado grande a ponto de ameaçar os esforços de conservação”. 

A BBC adianta que o sistema de acessos premium poderá atingir os 1000 dólares (914,60 euros), mas os detalhes de como irá funcionar ainda são desconhecidos. Já outros media, como o The Guardian ou Deutsche Welle​apontam como referência metade desse valor, 500 dólares (457,45 euros).

Em 2018, o parque foi visitado por 176 mil turistas em busca dos dragões.

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