Dançou-se o semba e festejou-se o fado na Philharmonie do Luxemburgo

Pela quarta vez, o Festival Atlântico abriu as portas da prestigiada sala a músicos lusófonos. Bonga, Ana Moura, Sérgio Godinho e Noiserv passaram por lá e chamaram várias gerações de emigrantes e lusodescendentes.

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ALFONSO SALGUEIRO

“Grande catedral”, atira Bonga enquanto delicia o olhar pela belíssima sala da Philharmonie. “Inspira os artistas”, acrescenta, e logo solta um sonoro suspiro de quem mal pode acreditar que a vida o tenha levado até àquele momento a que teve direito na sexta-feira, diante de uma lotação esgotada no Luxemburgo, numa sala habitualmente frequentada pelas figuras maiores da música clássica. E segue para um dos temas mais inebriantes da noite, Kaxexe, explicando depois que “kaxexe” (segredo, no sentido mais corrente) está por todo o lado nas ruas de Angola – nas crianças que nascem e no dia a seguir aos casamentos, mas também nos divórcios. Antes de prosseguir a sua notável sessão de sedução, dedicada ao semba – “não é samba, não é zouk, não é merengue”, põe em pratos limpos –, faz uso de um francês desenvolto para provocar o público sentado comodamente no auditório: “É uma pena que não se possam mexer.”

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