Sócrates vence competição de longas do Queer Lisboa

Filme do brasileiro Alexandre Moratto foi a melhor longa-metragem da 23.ª edição do festival de cinema. O prémio de melhor documentário foi atribuído a Una Banda de Chicas, realizado pela argentina Marilina Jiménez.

Foto
Sócrates, de Alexandre Moratto, foio grande vencedor do Queer Lisboa DR Querô Filmes

O filme Sócrates, do brasileiro Alexandre Moratto, venceu a competição de melhor longa-metragem no Festival de Cinema Queer Lisboa 23, que encerrou neste sábado com o anúncio dos prémios no Cinema S. Jorge.

Sócrates é um filme muito forte tanto pelo seu conteúdo como pela sua forma”, considerou o júri da competição de longas-metragens, composto por Teresa Villaverde e Wieland Speck, que atribuiu à obra de Alexandre Moratto (Brasil, 2018) o prémio de melhor longa-metragem desta edição do Queer Lisboa.

O filme retrata um adolescente dos subúrbios de Santos, no estado de São Paulo, “que luta contra um mundo que quer fazê-lo desaparecer”, adiantou o júri, estimando que o filme “encontre distribuidor em Portugal para que mais pessoas o possam ver.”

O anúncio dos prémios decorreu esta noite no Cinema São Jorge, em Lisboa, na sessão de encerramento do festival que nesta categoria atribuiu ainda uma menção especial a Greta, de Armando Praça (Brasil, 2019). O prémio do público brindou Carmen y Lola, de Arantxa Echevarría (Espanha, 2018).

Na competição de Documentários, o júri, que integrou Joana de Sousa, Margarida Mercês de Mello e So Mayer, atribuiu o prémio de melhor documentário ao filme Una Banda de Chicas (Argentina, 2018), realizado por Marilina Jiménez. Um filme que, “partindo da amizade, constrói um retrato de uma comunidade reflectindo sobre si própria, em trinta anos de lutas e conquistas”, referiu o júri, considerando tratar-se de “uma visão complexa e íntima da força transformadora” de quem usa a própria voz para se fazer ouvir. O prémio tem um valor monetário de três mil euros, atribuídos pela RTP2, pela compra dos direitos de exibição do documentário.

Na mesma categoria foi distinguido com menção especial “Ni d’Ève Ni d’Adam. Une Histoire Intersexe” (França, Suíça, 2018), realizado por Floriane Devigne.

Alexander David, Catherine Boutaud e Mickaël Gaspar avaliaram as curtas-metragens a concurso e atribuíram a vitória ao filme Parsi (Argentina, Suíça, 2018), realizado por Eduardo Williams e Mariano Blatt. O prémio tem o valor monetário de mil euros.

O júri atribuiu ainda uma menção especial a Ant-Man (Vietname, 2019), realizado por Viet Vu.

O mesmo júri avaliou também a competição In My Shorts, categoria em que o prémio de melhor filme de Escola Europeia foi entregue, ex aequo, às curtas-metragens Constanza (França, Argentina, 2018), realizada por Melisa Liebenthal, e Dante vs Mohammed Ali, realizada por Marc Wagenaar (Holanda, Bélgica, 2018). Os vencedores receberão o prémio em equipamento vídeo no valor de 400 euros.

Por último, o júri da competição Queer Art, composto por David Cabecinha, Francisco Queirós e Sara Orsi, atribuiu o prémio de melhor filme queer art a Normal (Itália, Suécia, 2019), realizado por Adele Tulli. Para o júri, o filme reflecte “um padrão que se repete. Uma violência silenciada que sugere a abertura para outros entendimentos. Um ensaio ou uma colecção de situações em que a passividade perante a imposição faz questionar o normal.”

O Queer Lisboa 23, que decorreu entre 20 e 28 de Setembro, encerrou assim “com nota positiva”, sublinhou a organização, dando conta de “um acréscimo de espectadores em relação à edição anterior”. No festival foram exibidos 101 filmes de 36 países diferentes. O Queer Lisboa 24 terá lugar de 18 a 26 de Setembro de 2020.

Sugerir correcção
Comentar