Bruno Lage: “Percebemos o que deixámos de ter de uma época para a outra”

Treinador do Benfica pede aos adeptos compreensão e união em torno da equipa. E alerta para a qualidade defensiva do V. Setúbal.

Foto
LUSA/RUI MINDERICO

O apelo à paciência e à compreensão dos adeptos marcou a conferência do treinador do Benfica, Bruno Lage, relativa ao jogo com o Vitória de Setúbal, da 7.ª jornada da I Liga (sábado, 19h). Depois de alguns sócios se terem mostrado insatisfeitos com o desempenho dos “encarnados” no empate (0-0) com o V. Guimarães, para a Taça da Liga, o técnico campeão nacional lembrou o percurso sob o seu comando (realçando os 103 golos da época passada e a conquista da Supertaça) e alertou para o que considerou ser “o negativismo” criado em torno dos jogadores.

“Não estamos todos [disponíveis], quando estamos todos conseguimos fazer mais coisas e cada um dos jogadores dá mais soluções. Temos de ser diferentes. É [preciso] perceber o momento e este é aquele momento em que é preciso olhar para o lema do Benfica: de todos, um”, afirmou Bruno Lage, deixando uma garantia: “Esta equipa vai dar muitas alegrias aos adeptos”.

Assinalando que não existe “neste momento uma tentativa de perceber ou dar valor ao que é feito” pela equipa do Benfica, Bruno Lage pediu o apoio e a exigência da massa associativa e seguiu a linha de raciocínio para se assumir como “rosto” do eventual insucesso. “Dêem-lhes o conforto necessário e percebam o momento. Queremos mais do que ninguém jogar bem. Nem toda a gente nos valoriza, mas percebemos muito bem o caminho que queremos e percebemos o que deixámos de ter de uma época para a outra. Continuem a apoiar, cá estarei eu sempre para ser o responsável de qualquer insucesso dos jogadores. Tudo aquilo que eles fazem em campo sou eu que lhes peço”, salientou.

Contra um adversário que tem apenas quatro golos sofridos no campeonato - e um marcado -, o técnico do clube da Luz fez questão de realçar a organização dos sadinos e a expectativa de uma equipa “fechada”, para assinalar que os seus próprios jogadores precisam de ser “pacientes” na abordagem ofensiva. “Temos a perspectiva de encontrar uma equipa que vai entrar em campo a retardar ao máximo o nosso golo e com a intenção de criar perigo com os três homens de frente. Temos de ser pacientes. Essa paciência não implica uma circulação lenta, mas sim uma circulação em velocidade e paciente, de forma a tirar os homens do espaço onde queremos entrar para criarmos as nossas oportunidades de golo”, notou.

Questionado ainda sobre a mudança técnica no comando do Sporting, com a apresentação de Silas como novo treinador dos “leões", Bruno Lage absteve-se de fazer comentários. “Gosto de falar de tudo, mas estamos a falar do jogo com o Vitória de Setúbal e do momento actual do Benfica. O Silas tem um percurso que fala por ele e, por isso, terá a máxima competência, se o Sporting entendeu ser ele o homem certo para voltar a vencer”.

Sugerir correcção
Comentar