Serralves leva obras da Colecção Miró a Nápoles

Protocolo entre a câmara do Porto e a Fundação de Serralves prevê a promoção internacional das 85 obras do artista catalão que pertencem ao Estado português.

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A exposição Joan Miró and the Language of Signs fica em Nápoles até 23 de Fevereiro LUSA/Stringer
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A exposição do palácio das artes de Nápoles é comissariada por Robert Lubar Messeri LUSA/Stringer
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As obras de Miró que pertencem ao Estado emprestadas para esta exposição estão já em processo de classificação LUSA/Stringer

A exposição Joan Miró and the Language of Signs, organizada pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves, abriu esta quarta-feira no Palazzo delle Arti Napoli (PAN), em Nápoles, Itália.

“Com mais esta exposição fora de portas, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves cumpre a sua missão de divulgação da Colecção Miró através de um extenso e diversificado programa de exposições de itinerâncias e co-produções internacionais”, refere o museu do Porto num comunicado ontem divulgado.

A mostra, comissariada por Robert Lubar Messeri, que estará patente até 23 de Fevereiro de 2020, foi organizada a partir da da colecção de obras do artista catalão que pertencem ao Estado português, em depósito na Fundação de Serralves. De acordo com o museu, a 80 obras de Joan Miró, datadas entre 1924 e 1981 e seleccionadas para a exposição em Nápoles, permitem seguir a trajectória deste pintor com uma carreira de mais de seis décadas.

“Numa prática que entrecruzou pintura, desenho, escultura, cerâmica, tapeçaria e gravura, Miró explorou a linguagem dos signos, alinhando o seu projecto com o interesse cubista na estrutura da representação e com as experiências surrealistas na escrita e na poesia”, lembra o museu.

Em Janeiro deste ano, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu o procedimento de classificação de 85 obras de Joan Miró (1893-1983) na posse do Estado, segundo anúncio publicado em Diário da República. Este conjunto — 13 obras pertencentes à Parups e 72 à Parvalorem — estava na esfera destas sociedades anónimas de capitais públicos criadas pelo Estado em 2010 para gerir os activos e recuperar os créditos do ex-Banco Português de Negócios (BPN), nacionalizado em 2008.

No ano passado, como avançou o jornal Observador, estas obras que em Janeiro estavam parcialmente expostas na Casa de Serralves, no Porto, passaram formalmente das duas empresas públicas para a posse directa do Estado, avaliadas por 54,4 milhões de euros.

No âmbito do Protocolo de Depósito e de Promoção Cultural assinado em Outubro de 2018 entre a Câmara do Porto e a Fundação de Serralves abrangendo as 85 obras de Miró agora cedidas à cidade, o município comprometeu-se a financiar, até um milhão de euros, as obras de ampliação, remodelação e conservação da Casa de Serralves, que acolherá o acervo. A autarquia comprometeu-se ainda a um pagamento anual de 100 mil euros à Fundação de Serralves, pelo prazo de 25 anos, para que a colecção seja protegida e promovida nacional e internacionalmente.

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