PSD No ar, já há cheiro a campanha eleitoral

Rui Rio defendeu a entrada de sangue novo para a política.

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Rui Rio (PSD)

A planície alentejana esmaga-nos quando se olha pelas janelas rasgadas do restaurante de luxo na Vidigueira. Rui Rio marcou um almoço com empresários numa quinta de vinhos premiados. Almoçou sem pressas e voltou a explicar o tipo de campanha diferente que está a ensaiar nestas legislativas. Sem discursos para massas e mais conversa em salas pequenas: “Se está melhor ainda não sei, pior não está”.

O que Rio tem a certeza é que o melhor para a política são pessoas inexperientes, como o cabeça de lista por Beja, Henrique Silvestre. “Experiência política já há a minha, chega e sobra, é preciso que as pessoas venham sem tiques e manhas”, defendeu. Não foi apenas neste momento que Rui Rio falou para dentro do partido. Foi também quando assumiu que está a ver “hipocrisia” naqueles que andaram um ano e tal a destruir” a sua liderança e que agora “aparecem” para “ajudar”. Essas figuras não foram nomeadas mas não permitem ao líder do PSD dizer que o partido está “todo unido, fantástico”.

Se a campanha do PSD tenta inovar – e até contratou dois actores para protagonizarem uma rábula diária antes das sessões de conversa em substituição dos jantares-comício – também tem momentos mais tradicionais como a viagem de barco que Rio fez no Alqueva e o trajecto que percorreu no centro de Évora. Entrou em lojas e distribuiu lápis com o seu nome até chegar à Praça do Giraldo onde ouviu a tuna académica. Com as câmaras de televisão apontadas, o líder social-democrata juntou-se ao grupo e envergou a capa negra. Momentos antes já tinha respondido às críticas do ministro das Finanças sobre a “fabulada folga orçamental do PSD”: “Ainda Mário Centeno não era nascido para a política já eu defendia o rigor nas contas”. Uma resposta já em tom de campanha eleitoral.

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