PS: Entre o passado da “geringonça” e o futuro da humanidade

António Costa quis encerrar a polémica com o Bloco de Esquerda. Só nos próximos dias se saberá se conseguiu.

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António Costa

Longo silêncio. António Costa olha pela janela do comboio e ouve-se um suspiro reprimido. Acabara de ser, pela quarta ou quinta vez, questionado sobre o assunto do dia: afinal, houve conversas preparatórias com o BE para o nascimento da solução de Governo, há quatro anos? “Não quero dar troco”, rematou.

O enfado era notório e o socialista quis “encerrar” o assunto que ele próprio iniciou. Quis evitar a arqueologia da “geringonça”, contendo-se nos ataques ao BE. Mas lá foi dizendo que não tem por hábito “falar em público das reuniões que não acontecem ou das que acontecem e não são públicas”, dando a entender que, mesmo se aconteceu há quatro anos, a reunião entre Jorge Costa e Fernando Medina (a que se referiu Catarina Martins no último debate a seis), não foi com o propósito de avançar com uma solução de Governo. Esse é um tema que a “história há-de esclarecer”.

Do passado não quer que reze a história desta eleição e afinal, para o primeiro dia da campanha oficial na rua, a ideia era usar a bomba da redução do preço dos passes sociais, até porque a fase dos debates e de “os políticos falarem com os políticos” já lá vai. 

E Costa não quer falar de outra coisa. É a medida do xeque-mate político à oposição, é o desbloqueador de conversa na rua, a bandeira nos discursos e a iniciativa que lhe serve de argumento para o aumento de rendimentos e para o assunto que mais preocupa o futuro da humanidade: o combate às alterações climáticas. 

Para o líder do PS, que se passeou num dos 30 novos autocarros dos Transportes Colectivos do Barreiro e num dos comboios da Fertagus que passa a Ponte 25 de Abril, o investimento nos transportes e uma alteração substancial do modo de deslocação dos cidadãos são o caminho para uma redução das emissões de carbono que pode ajudar a alcançar as metas desejáveis. E para este objectivo, a redução dos passes está a dar o contributo que faltava. “Mesmo sendo tradicionalmente optimista, fiquei muito surpreendido com o grande impacto e sucesso que esta medida tem estado a ter”. 

Leia aqui como foi o primeiro o dia da campanha.

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