“Por favor comecem a trabalhar, há aí muito lixo para remover”

Câmara de Lisboa recebeu 30 novos camiões de recolha de lixo. A dificuldade está em encontrar quem o queira apanhar.

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Nuno Ferreira Monteiro
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Não está a ser fácil à câmara de Lisboa contratar trabalhadores para a recolha de lixo na cidade. A autarquia tinha definido a meta de ter mais 300 cantoneiros até ao fim do ano, mas a conjuntura económica tem afastado potenciais interessados: noutros empregos ganha-se mais.

Esta foi uma das dez medidas anunciadas em Janeiro por Fernando Medina para melhorar a higiene urbana de Lisboa. Atrás dela vinha outra: o início da recolha de lixo ao domingo em dez freguesias. Como a contratação de funcionários está a ser mais lenta do que o esperado, também essa medida está a tardar.

Outras estão a fazer o seu caminho. É o caso da instalação de ecopontos enterrados, que está a decorrer a um ritmo superior ao previsto, ultrapassando já as 200 unidades em toda a cidade. Quanto à “campanha de sensibilização maciça”, que esteve prometida para o Outono passado, depois para Fevereiro e finalmente para este Verão, aponta-se agora o seu lançamento para meados de Outubro. E na mesma altura deve voltar à câmara o regulamento de resíduos, para aprovação final e entrega à assembleia municipal.

Esta terça-feira foi dia de entrada ao serviço de 30 novos camiões de recolha de lixo. A câmara assinalou o momento com uma cerimónia curta, no Parque das Nações, com os veículos Volvo na paisagem. “O meu primeiro gesto é entregar a chave à senhora directora [municipal de Higiene Urbana, Filipa Penedos], se quiser saia já com o brinquedo novo”, gracejou Fernando Medina.

O autarca disse que “ano após ano, medida após medida”, a câmara vai “melhorando o serviço público” da higiene urbana. “Estamos permanentemente a ter de aumentar a nossa capacidade de resposta”, afirmou Medina, referindo-se à procura turística e ao aumento da actividade económica como factores de maior produção de lixo na cidade. Com os novos veículos “vamos ter muito menos paragens, muito menos quebras de produção”, prometeu.

A compra destes 30 camiões custou 5,4 milhões de euros ao município, que conta receber mais cinco destas viaturas até ao fim do ano. Dos 242 veículos afectos à higiene urbana (incluindo camiões, carrinhas, etc.), quase 40% foram comprados nos últimos anos, o que fez diminuir a idade média da frota para os oito anos. Na cerimónia, Medina elogiou a eficiência energética e ambiental dos camiões, que, apesar de serem movidos a diesel, vão permitir, segundo o autarca, uma redução de 80% das emissões de gases poluentes, por estarem de acordo com a norma Euro 6.

A curta intervenção do autarca acabou como começou: entre gargalhadas. Desta vez, porém, o assunto da piada era mais sério. “Por favor vão começar a trabalhar, há aí muita coisa para remover”, atirou Fernando Medina.

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