Impacto das coimas aplicadas à banca “largamente gerível”

A agência de rating DBRS considerou hoje que o impacto financeiro das coimas, de 225 milhões de euros, aplicadas a 14 bancos portugueses é “largamente gerível”, mas que o anúncio da punição é negativo para a reputação do sector.

Foto
Rui Gaudencio

Numa análise hoje divulgada sobre a aplicação pela Autoridade da Concorrência (AdC) de coimas no valor de 225 milhões de euros a 14 bancos por prática concertada, ao longo de mais de 10 anos, de informação sensível no crédito, a DBRS adianta que “o anúncio é negativo para a reputação [dos bancos], mas é improvável um aumento adicional significativo no risco de reputação de emissores individuais nesse estágio”.

Na análise, a agência de rating considera que o valor das coimas, que representa 7% do rendimento antes de provisões e impostos, são “geríveis” para os bancos.

A DBRS sublinha também que tendo em conta que os bancos anunciaram que iriam recorrer das sentenças, as coimas poderão diminuir de valor ou mesmo ser revogadas.

As instituições de crédito CGD, BCP e Banco Montepio juntas terão de pagar multas no valor de 155 milhões de euros, cerca de 69% do total, indica a DBRS.

A AdC anunciou em 9 de Setembro que condenou 14 bancos ao pagamento de coimas no valor global de 225 milhões de euros por prática concertada de informação sensível no crédito ao longo de mais de 10 anos, entre 2002 e 2013.

“Neste esquema, cada banco facultava aos demais, informação sensível sobre as suas ofertas comerciais, indicando, por exemplo, os spreads a aplicar num futuro próximo no crédito à habitação ou os valores do crédito concedido no mês anterior, dados que, de outro modo, não seriam acessíveis aos concorrentes”, informou o regulador da concorrência.

Sugerir correcção
Comentar