Assobios e lenços brancos: a contestação a Pontes e Varandas sobe de tom no Sporting

Derrota diante do Famalicão, em Alvalade, levou alguns adeptos a tentarem invadir as garagens do estádio para pedirem justificações.

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A reacção dos adeptos após a derrota do Sporting frente ao Famalicão MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Em três jogos, duas derrotas e um empate: é este o registo de Leonel Pontes, o treinador escolhido para substituir Marcel Keizer à frente da equipa do Sporting. O técnico português não está a ser capaz de inverter um início de temporada comprometedor para os “leões”, que no conjunto dos jogos oficiais somam já quatro desaires, dois empates e apenas dois triunfos. Resultado? A insatisfação voltou a instalar-se entre os adeptos.

O capítulo mais recente deste arranque em falso foi escrito na segunda-feira, com os “leões” a perderem frente ao Famalicão (1-2), em Alvalade, naquela que foi a segunda derrota consecutiva do Sporting em casa, para o campeonato. Os adeptos rapidamente se fizeram ouvir, com assobios ao treinador após a substituição de Luciano Vietto (que tinha marcado o golo dos “leões” frente ao líder da Liga) e os simbólicos lenços brancos a pedirem a demissão do técnico leonino. E nem o presidente do Sporting, Frederico Varandas, escapou à contestação, numa noite que terminou com as autoridades a impedirem alguns adeptos de invadirem as garagens em Alvalade.

Os jogadores e restantes elementos da equipa técnica acabaram por conseguir, mais tarde, sair tranquilamente do estádio, depois de a polícia desimpedir o perímetro. Mas certo é que, quando Bruno Fernandes (castigado após a sua expulsão no Bessa) não joga, as fragilidades do Sporting ficam ainda mais a descoberto.

“A equipa estava muito bem na primeira parte, que foi de grande qualidade e com boa dinâmica em função do que tínhamos vindo a trabalhar. Com o empate e a substituição perdemos fluidez e capacidade de ter bola. Acabámos por perder o jogo em duas ou três situações, foi o momento mais forte do Famalicão e não conseguimos dar a volta ao resultado”, comentou Leonel Pontes, no final do jogo, em entrevista à SportTV.

E se durante o jogo os assobios se fizeram ouvir, depois do apito final surgiram os lenços brancos, as vaias e a contestação a Varandas das bancadas. Questionado sobre os assobios, foi altura de Leonel Pontes admitir que a substituição de Vietto por Jovane Cabral não teve o efeito esperado: “Assobios? Tento concentrar-me no jogo, às vezes não é fácil abstrair-me e tentar tomar boas decisões. Houve um momento-chave em que não conseguimos continuar com a boa exibição que vínhamos a fazer. O Vietto vinha de uma lesão, não teve muito tempo para progredir, o Jovane tem movimentos rápidos e era isso que queríamos para o jogo, mas a equipa não conseguiu ajustar-se à alteração e acabou por sair tudo ao contrário”, reconheceu.

Mas Leonel Pontes não se ficou por aqui. Relativamente a Coates — que voltou a marcar um autogolo, como já tinha feito há poucos dias, em Eindhoven —, o técnico interino do Sporting fala em “erros” e “azar”: “Às vezes é difícil de controlar, nem há palavras para descrever estas acções individuais. É difícil de explicar. São muitos erros que prejudicam a equipa e o clube. Isto tem de mudar. Não é possível um jogador ter tantos erros na sua vida e tanto azar. Há que fazer alguma coisa para estabilizar emocionalmente”, rematou.

À 6.ª jornada da Liga, o Sporting contabiliza apenas oito pontos e ocupa uma modesta sétima posição, com os mesmos pontos do nono. Contas feitas, está já a oito pontos do líder (Famalicão) e a sete dos eternos rivais. E enquanto se discute o futuro de Leonel Pontes, que tomou conta da equipa numa fase de transição, os “leões” têm já um próximo compromisso no calendário agendado para quinta-feira. Será a estreia na Taça da Liga 2019-20, em Lisboa, diante do Rio Ave, precisamente um das equipas que já venceu em Alvalade nesta temporada.

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