Todos querem, mas o PCP é que é o pai dos passes sociais baratos, diz Jerónimo

Líder comunista esteve na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, para falar com trabalhadores do sector. Defendeu o alargamento dos passes sociais a todo o país como passo intermédio para a gratuitidade dos transportes públicos.

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Jerónimo de Sousa esteve esta manhã na estação de Santa Apolónia, em Lisboa LUSA/MIGUEL A. LOPES

Cinco meses depois do arranque dos novos preços dos passes sociais, Jerónimo de Sousa não se cansa de insistir no papel do PCP no processo. “O impacto do alargamento do passe é tão grande que todos procuram agora assumir a sua paternidade. Mas a realidade é que apenas um partido, o PCP, a CDU, colocou no seu programa eleitoral de 2015 a proposta de alargamento do passe social intermodal”, vincou o líder comunista nesta segunda-feira de manhã numa sessão em plena estação de Santa Apolónia.

Perante uma plateia de meia centena de sindicalistas, representantes dos trabalhadores de empresas de transportes, como a CP, a EMEF, a Metro de Lisboa ou a Carris, Jerónimo de Sousa lembrou que o PCP e a CDU vinham apresentando esta proposta desde 1997, mas fora “sucessivamente chumbada na Assembleia da República, como por exemplo em 2016, onde PS, PSD e CDS, com a abstenção do BE”, a voltaram a recusar. E esforçou-se por descrever o trabalho do PCP no assunto, dizendo que recolheu “dezenas e milhares de assinaturas”, aprovou moções em dezenas de autarquias, distribuiu “centenas de milhares de panfletos”.

“Acabámos por conseguir abrir o caminho que permitiu este extraordinário avanço”, vincou, puxando os louros para o partido. “Que ninguém tenha qualquer dúvida. Só a iniciativa da CDU, a par da luta dos utentes e dos trabalhadores, permitiu a concretização deste avanço.”

Depois, Jerónimo dramatizou o discurso: “Existem riscos desta medida andar para trás”, avisou. Quando o que é preciso é levar esta intermodalidade e a redução tarifária “a todo o país, estabelecendo um tecto máximo nacional de 40 euros para um passe mensal que dê acesso aos transportes públicos de cada região e das ligações pendulares inter-regionais”. O objectivo, vincou é a “universalidade e gratuitidade” dos transportes públicos.

E defendeu ser preciso “avançar mais” na oferta. Como? Contratando trabalhadores para as empresas públicas de transportes, investindo no material circulante (na manutenção e compra de mais carruagens) e navegante. “Os programas sucedem-se e os anúncios também”, afirmou, mas não passam disso. “A realidade é que nestes anos mandaram mais as cativações e os adiamentos”, lamenta.

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