Cartas ao director

PS de mãos livres melhor que atadas

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, diz que se o PS ficasse de mãos livres seria um retrocesso. Estou totalmente em desacordo. E é, sem dúvida, preferível um PS de mãos livres a outro com as mãos atadas ou amarradas aos comunistas. O PCP pretende incutir na opinião pública a ideia de que tudo o que de bom se alcançou foi graças a ele, o que é redondamente falso. As suas propostas eram quase sempre maximalistas e irrealizáveis, como, por exemplo, a mais recente sobre o salário mínimo, que já subiu para 600 euros, mas o PCP queria 850! Foram a responsabilidade e sentido de Estado do primeiro-ministro que rejeitaram, ao longo da legislatura, os excessos reivindicativos dos comunistas, que queriam, quase sempre, este mundo e o outro e num instante! Cheguei a dizer, neste mesmo jornal, e penso que com propriedade, que o PCP, por este andar, ainda prometeria um automóvel e casa de férias a cada português! O próprio Jerónimo de Sousa confessou, recentemente, que foi precisa uma enorme paciência revolucionária com António Costa, que tinha sempre a preocupação do défice. Sem o querer, ao que se presume, o líder comunista acabou, no entanto, com estas suas palavras, por prestar um grande serviço ao primeiro-ministro, ao evidenciar o desejo das contas certas por parte do PS. 

A maioria absoluta do PS seria bem melhor para Portugal. O país ganharia bastante em clareza estratégica e facilidade de realização, o que proporciona sempre obra melhor, aspiração suprema de qualquer Governo que se preze. 

Simões Ilharco, Lisboa

Por que razão se subvencionam vitaliciamente certos políticos?

É do conhecimento público a lista dos políticos – voltou a ser publicada – que recebem subvenções vitalícias. É uma vergonha que se permita que certos políticos se grudem, qual lapas, nos úberes do Estado quando não necessitam – nem deveriam aceitar – (d)essas autênticas benesses caídas do céu.  Segundo notícias divulgadas, são 6,9 milhões de euros que saem cofres do Estado para 308 políticos. É certo que nalguns casos há uma redução total e/ou uma redução parcial dessas estipuladas subvenções, mas o número de subvenções activas ainda é de 199. Tomei conhecimento que até políticos a contas com a justiça estão a receber as ditas subvenções. Vejamos: José Sócrates recebe 3061,5 euros; Armando Vara, 2014,15 e até o inenarrável figurão Duarte Lima 2071,49. Por curiosidade, na lista divulgada, surge a ex-presidente da Assembleia da República que antes desta função foi juíza do Tribunal Constitucional obtendo uma reforma choruda com apenas 46 anos de idade (!!?)  e, actualmente, recebe - segundo o que veio publicado num jornal diário – 3432,78 euros de subvenção vitalícia… Conclusão: é tão melíflua e pródiga, para certas personagens, esta democracia em que vivemos.

António Cândido Miguéis, Vila Real

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