Sporting e Famalicão no jogo dos papéis invertidos

Sporting e Famalicão jogam nesta segunda-feira, em Alvalade, a partir das 21h.

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Sporting e Famalicão defrontaram-se na Taça de Portugal, em 2016. Pedro Trindade /NFACTOS

Uma equipa a liderar o campeonato, confiante e a querer confirmar um estatuto. Uma equipa longe do topo, que não vence há três jogos e a querer ultrapassar um trauma recente. A lógica diria que o Sporting deveria encaixar na primeira premissa e o Famalicão na segunda, mas, nesta segunda-feira, os papéis estão invertidos.

O lugar que o Famalicão ocupa na I Liga pode ser considerado “enganador”, já que são uma das equipas que ainda não defrontaram nenhum dos “grandes”. Chegam a Alvalade como líder improvável do campeonato, depois de quatro vitórias e um empate, mas há dados que permitem olhar para esta equipa como algo bem diferente de um líder “mandão”.

O Famalicão é, na I Liga, a equipa que mais remates por jogo concede aos adversários, a terceira equipa que mais tempo joga no primeiro terço do seu meio-campo e a quinta que menos joga no último terço adversário. Motivos de tranquilidade para o Sporting? Nem por isso.

O Famalicão faz desta postura uma valência, já que é, de longe, a equipa com mais golos em contra-ataque (quatro) e a segunda com mais bolas longas a explorar a profundidade (só o Belenenses SAD o faz mais).

Leonel Pontes, treinador do Sporting, mostrou-se conhecedor do que terá pela frente. “O Famalicão defende bem, com linhas muito juntas, e é perigoso no contra-ataque, porque, quando ganha a bola, é uma equipa que dá profundidade ao jogo e tem jogadores rápidos nos corredores laterais, capazes de desequilibrar e fazer golo”, disse, na antevisão da partida.

Apesar desta matriz-base, João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, não se atemoriza com a possibilidade de ter de assumir um papel mais dominador: “Sabemos que é um jogo difícil. Estamos preparados e, se tivermos de assumir um papel principal, estamos preparados para isso”.

Motivos suficientes para que o Sporting esteja alerta, mais ainda considerando que o principal “farol” da equipa, Bruno Fernandes, não irá a jogo, por castigo. Leonel Pontes desvalorizou a ausência do capitão. “As equipas são construídas à volta dos grandes jogadores. Realmente, o Bruno é um grande jogador, como Messi e Ronaldo, mas as equipas têm sempre substitutos para poder dar resposta. Não tenho dúvidas de que há jogadores para o poder substituir e que se a equipa perceber aquilo que deve fazer em campo, o substituto terá um bom rendimento no jogo”, apontou.

Também o treinador do Famalicão constatou que prefere defrontar o Sporting sem o principal jogador “leonino”: “Prefiro defrontar o Sporting sem ele. O Bruno Fernandes é um jogador fundamental na estratégia, mas o Sporting tem no plantel jogadores com tremenda qualidade que vão, seguramente, colmatar essa ausência”.

Se algum valor existe no registo histórico, então o Famalicão não terá muito a que se agarrar, já que, em dez jogos em Alvalade, somou nada mais do que zero pontos. O Sporting quererá manter o registo, enquanto o Famalicão quererá mudá-lo. O duelo está marcado para as 21h.

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