Costa diz não estar a 100% na campanha por ter país para governar

Em Espinho, aos pedidos de maioria absoluta, o primeiro-ministro-respondeu um enigmático “vamos ver”.

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António Costa num momento da arruada em Espinho LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÙJO

O secretário-geral do PS assumiu este domingo não estar a 100% na campanha eleitoral às eleições legislativas de Outubro por ter de continuar a governar o país, garantindo, contudo, que o partido está “todo na rua”.

Eram 11 horas quando António Costa, acompanhado dos ministros das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, chegava de comboio à estação de Espinho, vindo de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.

Seguindo pela marginal, o socialista ia explicando que, contrariamente às eleições legislativas de 2015, em que era secretário-geral a “tempo inteiro”, assume hoje funções governativas e, por isso, tem de compatibilizar com essas, sobrando-lhe menos tempo. Dado ter de continuar a governar o país, Costa confessou que os “momentos mais intensos” da campanha serão feitos aos fins-de-semana.

“Não sou só eu candidato, a nossa lista tem muitos candidatos e todos andam na rua, aliás o PS está todo na rua”, garantia. Para o provar, mostrou um grupo de diálogo no Whatsapp onde diariamente são colocadas as iniciativas de campanha do PS.

Numa arruada que durou cerca de duas horas, António Costa ia ouvindo pedidos de maioria absoluta, mas de forma cautelosa ia sempre respondendo “vamos ver”. Ao longo do percurso foi aproveitando para apelar ao “voto por convicção” e não ao “voto táctico”, dizendo que quem quer no Governo o PS deve votar PS e quem não quer não lhe faltam opções.

À medida que ia ouvindo queixas de uns e outros sobre os mais diversos aspectos, Costa assumiu que ainda há muito a fazer no Serviço Nacional de Saúde, na ferrovia e nas condições de vida, mas mostrou-se “pronto” para o desafio.

Nunca negando beijos, abraços, selfies ou conversas breves, o socialista considerou que não está tudo bem no país, mas está melhor. Exemplo, foi uma empresária lhe ter pedido para visitar a sua empresa que, ao ser questionada pelo também primeiro-ministro sobre qual o ramo de actividade, lhe respondeu convictamente “é de sucesso”, arrancando risos de toda a comitiva do PS.

Já Nuno Silva, do mesmo mês e ano de nascimento do que o secretário-geral socialista, lembrou que a diferença entre os dois é de quatro dias, esperando que seja menor a diferença entre ele e o líder social-democrata, Rui Rio. “A diferença entre nós já sabemos, só falta saber a diferença entre si e o segundo”, reforçou.

Rui Loureiro, sentado a apanhar sol, advertia Costa para não deixar ganhar o PSD, nem para fazer coligações à direita, mas sim à esquerda, referindo-se ao antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho como um “terrorista”. Vincando que quem decide são os cidadãos com os seus votos, o líder socialista lembrava que ninguém pode estar descansado com as sondagens porque ninguém ganha nas sondagens, mas sim nas urnas, apelando ao voto dos portugueses.

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