Cartas ao director

A vespa e o país

A vespa asiática chegou ao Minho há oito anos avançando progressivamente para sul, afectou cidades como Viana, Braga, Barcelos, Guimarães, Vila Real, Porto, Coimbra, etc.. Na cidade do Porto começou a ser combatida há cinco anos. Nos campos destrui colmeias e as abelhas, atacou pomares, morreram pessoas. O ataque incisivo sobre as abelhas terá consequências imprevisíveis e de grande risco na produção de fruta, já que o declínio das abelhas será o declínio da polinização, com enormes impactos nas frutas, no vinho.

Há cerca de seis anos houve importante reacção das entidades do Norte, tais como associações de agricultores e apicultores, universidades, governo e câmaras. Estudaram-se e aprenderam-se as formas mais eficazes de detectar e eliminar ninhos e nas estratégias de combate. Sabemos agora que não é possível eliminar a infestação mas todos já conhecemos o perigo e as formas de reagir.

Ficamos esta semana a saber que se a vespa asiática tinha chegado ao Minho há oito anos, agora chegou a Portugal, primeiro num jardim de Lisboa e depois num jardim de Sintra, provocando grande alarido nos meios de comunicação e outras entidades que se desmultiplicaram em avisos, encerramentos, promessas. É assim o nosso país, dividido em dois, um que entrou agora em pânico e outro que não entende o alarido com coisa tão vulgar. 

António Matos, Viana do Castelo

Custos low cost

Cada vez mais o ser humano é confrontado com mudanças para as quais não está preparado, e onde as estratégias utilizadas conseguem fazer com que os mais incautos se deixem apanhar pelas mesmas, não se apercebendo que muitas vezes as novas estratégias, sendo penalizadoras para uns, são benéficas para outros.

O conceito dos serviços low cost, é um claro exemplo do que pode ser uma estratégia enganadora para o consumidor, quando estão em causa os seus direitos, quer no que diz respeito ao consumo de bens e serviços, quer nos direitos de quem trabalha. Esses serviços são um convite a muitas irregularidades praticadas, em que a falta de fiscalização dos organismos competentes contribuem para um Estado negligente e cúmplice com as mesmas.

 Américo Lourenço, Sines

Desmistificar atitudes e comportamentos
Causa perplexidade e tristeza ouvir comentários de alguns políticos, conhecidos a nível mundial, a vangloriarem-se da sua governação. Porém, não têm a dignidade para afirmar que a estratégia governamental se baseia na prepotência, na indiferença e na desobediência aos valores humanos. Tencionam, acima de tudo, a obtenção do lucro desenfreado e desafiam todos aqueles que se opõem às estratégias delineadas com represálias. Circunstâncias que fomentaram, no decorrer do tempo, a espiral de violência e onde acrescem as tentativas das grandes potências para serem o cérebro do planeta Terra. Uma conjuntura onde é importante reconhecer que o mundo pertence a todos e cuja solução está na mudança de atitudes e comportamentos em prol da união entre os povos e nomeadamente na dignidade da pessoa humana. E isso, na verdade, não tem sido apanágio até ao presente. É que o tempo escasseia para reflectir que futuro pretendemos legar às gerações vindouras.
Manuel Vargas, Aljustrel

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