Violência de “ultras” dos Coletes Amarelos arruína marcha do clima em Paris

Grupo de cerca de mil manifestantes provoca o caos nas manifestações e envolve-se em confrontos com a polícia.

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Uma parte da marcha foi apanhada pela violência Charles Platiau/REUTERS
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Parte do cortejo antes de ser interrompido pela violência Charles Platiau/REUTERS

As organizações Greenpeace e a Youth for Climate pediram aos participantes na Marcha pelo Clima, em Paris, que abandonem a manifestação por causa da violência provocada pelo grupo de cerca de mil pessoas encapuzadas e vestidas de negro que tomaram a dianteira e se envolveram em confrontos com a polícia, causando estragos em lojas e propriedade pública nas ruas da capital francesa, diz a agência AFP.

Num dia de muitas manifestações em Paris, os Coletes Amarelos tentaram relançar o seu movimento de protesto, e ganharam a solidariedade da marcha do clima: muitos participantes levavam também um colete reflector amarelo. “Clima, emprego, reformas, o mesmo combate”, dizia um cartaz empunhado por um manifestante. Só que esta solidariedade acabou mal, com a chegada de um grupo violento, os chamados “black bloc”, quando ainda nem todos os participantes na marcha tinham acabado de sair do local de concentração, nos Jardins do Luxemburgo.

Este grupo de encapuzados tomou a dianteira da manifestação pelo clima e envolveu-se em confrontos com a polícia, gerando o caos na marcha que pretendia ser um desfile pacífico em nome da “justiça social e climática” pela zona nobre da capital francesa. Foi erguida uma barricada no Boulevard Saint-Michel, relata o jornal Le Parisien, e várias lojas e bancos foram vandalizados por manifestantes que saíram da marcha do clima – em alguns casos, atiraram com trotinetes eléctricas contra as montras.

A polícia de Paris diz que os responsáveis pela violência são cerca de mil indivíduos, de “extrema-esquerda ou ultra-amarelos”, referindo-se aos Coletes Amarelos, diz o Le Monde. A polícia usou gás lacrimogéneo e havia fumo negro no ar. Os bombeiros foram chamados a apagar vários focos de incêndio. 

Foram mobilizados 7500 agentes da polícia para a segurança de Paris neste sábado, porque além da marcha pelo clima e pela justiça social estava prevista também uma manifestação contra a reforma do sistema de pensões, convocada pela central sindical Força Operária, além das manifestações dos Coletes Amarelos. Até às 15h, tinham sido detidas 137 pessoas, avançou a prefeitura de Paris (o equivalente ao antigo governo civil em Portugal).

A ponta final da manifestação não foi afectada pela violência, mas ficou bloqueada na zona dos Jardins do Luxemburgo. Outra parte dos manifestantes separou-se e continuou o percurso, pouco antes de a Greenpeace e a Youth For Climate anunciarem que se retiravam da iniciativa.

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