Selecção brasileira chama Gabigol... no pior momento

Avançado volta ao “escrete” no meio de uma polémica, com Tite a convocar o “matador” no intervalo da meia-final da Libertadores.

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Reuters/SERGIO MORAES
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Gabriel Barbosa está de regresso à selecção brasileira, que representou pela última vez a 13 de Junho de 2016, nos EUA, epicentro do terramoto provocado pela derrota (1-0) ante o Peru, a ditar a escandalosa eliminação dos pentacampeões mundiais na Copa América, ainda na fase de grupos.

A estreia amarga no “onze” titular da “canarinha”, pela mão de Dunga, depois de ter marcado por duas vezes nas três ocasiões em que saltou do banco — particular com o Panamá (2-0), a substituir Jonas (autor do outro golo brasileiro), e na goleada (7-1) ao Haiti, após um nulo com o Equador —, não impediu a transferência do jovem avançado do Santos para o Inter de Milão, em plena comemoração do 20.º aniversário. Desde então, nem a fugaz passagem pelo Benfica (cinco jogos e um golo, no consulado de Rui Vitória), nem o profícuo regresso à Vila Belmiro (27 golos em 52 jogos) justificaram nova chamada do actual seleccionador.

Agora, com números verdadeiramente impressionantes ao serviço do Flamengo de Jorge Jesus, Tite não hesitou na altura de eleger Gabigol, mas viu-se obrigado a justificar uma escolha prontamente questionada na elaboração da lista para dois jogos de carácter particular, frente a Nigéria e Senegal, ambos em Singapura, em data no mínimo inoportuna (concentração a 7 e dispensa no dia 14 de Outubro).

Tudo porque da lista de convocados constam dois jogadores do Flamengo e dois do Grémio (Gabigol, Rodrigo Caio/Matheus Henrique e Everton), adversários na meia-final brasileira da Taça dos Libertadores, com o primeiro jogo a 3 de Outubro e o segundo a 24. No intervalo desta competição, surge o tal duplo “amigável” de Singapura. Ironia do destino, ambos no rescaldo de nova derrota com o Peru, registada a 11 de Setembro, na Califórnia, a fechar o ciclo e a resgatar Gabriel Barbosa dos escombros da Copa América.

Tite explicou que a campanha de Gabriel Barbosa — melhor marcador do Brasileirão, com 16 golos em 15 partidas... 13 de forma consecutiva nos últimos nove desafios — já justificava uma segunda oportunidade. “Procuro, na minha vida profissional, olhar diferentes lados da situação para que todos ganhem. Conciliar todos os factores é humanamente impossível. Eu vi o Gabriel dizer que teria orgulho de voltar à selecção. Tem que dar oportunidade”, vincou.

Tese amplamente sustentada pelos números globais de Gabriel Barbosa, com 30 golos em 40 jogos, todos decisivos para a carreira do emblema carioca, líder do campeonato e sério candidato a conquistar a Taça Libertadores da América.

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