Aliança adia Festa da Liberdade para depois das legislativas

Evento é inspirado na Festa do Avante!, mas Santana Lopes evita comparações. A iniciativa está marcada para o último fim-de-semana de Outubro, em Odivelas.

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Pedro Santana Lopes quer celebrar a liberdade com uma festa organizada pelo partido LUSA/GREGÓRIO CUNHA

A primeira edição da Festa da Liberdade do partido Aliança, uma espécie de Festa do Avante! mas à direita, que chegou a estar marcada para Setembro, em Carcavelos, foi adiada para o último fim-de-semana de Outubro. Com o novo agendamento, a Festa da Liberdade vai coincidir com o primeiro aniversário da fundação do partido criado por Pedro Santana Lopes, em 23 de Outubro.

Os militantes e simpatizantes da Aliança vão assentar arraiais em Odivelas durante dois dias, num ambiente mais descontraído do que aquele que teria a festa se decorresse antes das eleições legislativas de 6 de Outubro. A ideia de lançar uma iniciativa nos moldes idênticos aos da tradicional festa do PCP - o maior evento político-cultural realizado em Portugal desde 1976 -, partiu do presidente do partido. Salvaguardando as devidas distâncias, como fez questão de dizer, em declarações ao PÚBLICO, Santana Lopes acredita no sucesso da iniciativa, apesar deste contratempo da mudança de data.

Porquê fazer uma Festa da Liberdade? “A liberdade deve ser celebrada pela generalidade dos partidos”, responde Santana, acrescentando um argumento político: “Numa altura em que há tantos populismos e extremismos lançados por novas forças políticas na Europa, nós - os fanáticos da liberdade - queremos celebrar o valor da liberdade”.

Consciente de que a ambição de fazer uma festa para o eleitorado da direita inspirada numa festa como a do Avante! é um grande desafio, o líder da Aliança acredita, mesmo assim, que o partido vai ser capaz de deixar a sua marca, à sua escala. “A Festa do Avante! é um gigante e nós somos um pigmeu”, compara, sublinhando que a festa que os comunistas promovem todos os anos “começou devagarinho, quando não havia festivais, e foi crescendo sem concorrência nenhuma; já a Festa da Liberdade acontece numa altura em que todos os fins-de-semana há festivais”.

Santana não levanta o véu relativamente às figuras de cartaz que vão subir ao palco para animar os dois dias do evento, limitando-se a dizer que os “nomes são conhecidos”. “Não haverá surpresas. É uma festa humilde que pretende ser nacional”, sintetizou.

Criar um acto cultural

Quando, em Abril, fez o anúncio oficial da Festa da Liberdade, Pedro Santana Lopes parecia um pouco mais ambicioso. “Queremos criar um acto cultural e esperamos trazer para a política esse lado. Será um evento em nome da coesão nacional, destinada a todos os sectores. É para as pessoas de direita, do centro e de esquerda”, disse então, deixando, contudo, claro que evento não pretendia “concorrer com outras festas”.

Com a liberdade em pano de fundo, a Aliança quer fazer a festa com realizações alusivas ao tema escolhido, mas o programa prevê vários concertos de música, exibições de ranchos folclóricos, artes plásticas e outras iniciativas. A gastronomia e o artesanato também vão estar representados na festa de Odivelas, na qual o ingresso é feito através um título de entrada, cujo valor varia entre os 10 (um dia) e os 15 euros (dois dias).

O adiamento do evento ficou a dever-se à impossibilidade de solucionar aspectos técnicos ligados às infra-estruturas eléctricas na quinta de Carcavelos para onde chegou a estar prevista a festa. Um dirigente nacional da Aliança aplaude a alteração da data para depois das legislativas e acha-a até mais conveniente. “Os cabeças de lista e outros candidatos a deputados teriam de participar na festa e isso iria comprometer acções de campanha nos diversos círculos eleitorais. Sendo em Outubro é bom e isso não prejudica a campanha”, acrescenta.

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