Alberto João Jardim admite que PS pode fazer “geringonça” na Madeira

O presidente honorário do PSD-Madeira apareceu para dar apoio à candidatura de Miguel Albuquerque às eleições legislativas na Madeira, naquele que foi o último comício do PSD na campanha eleitoral, que termina na sexta-feira.

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Sobre as questões internas no partido, Jardim que “não é hora de ressentimentos de egoísmos, é uma hora do um por todos e todos por um” LUSA/MIGUEL A. LOPES

O presidente honorário do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, apelou nesta quinta-feira para o voto dos indecisos em Miguel Albuquerque no domingo, alertando que o PS pode fazer na Madeira uma “geringonça” igual à que fez no continente. “O PS não é o partido mais votado. Agora acho que vão vender a alma ao diabo, já a venderam em Lisboa, também a vendem aqui”, disse aos jornalistas no final de um comício do PSD no Funchal.

O ex-presidente do Governo Regional da Madeira dirigiu-se ainda aos “tipos do PSD que estão sempre em discordância interna”, apelando para que “se deixem disso porque isto é um momento de um por todos e todos por um”. “Vamos lá ver se as tropas obedecem”, gracejou.

Alberto João Jardim apareceu para dar apoio à candidatura de Miguel Albuquerque às eleições legislativas na Madeira, naquele que foi o último comício do PSD na campanha eleitoral, que termina na sexta-feira.

Com fato escuro e gravata cor de laranja, o ex-presidente do governo regional foi recebido por centenas de pessoas que hasteavam bandeiras do PSD e da Madeira e entoaram cânticos como “Alberto João, olé” e “Autonomia olé”. De microfone em punho, o presidente honorário acompanhou os cânticos, bateu palmas e saltou.

Discursando ao som de piano e com uma tradutora em língua gestual a acompanhar, Alberto João Jardim dirigiu-se especialmente aos indecisos e aos que “gostam de correr riscos” para tentar convencê-los a votar em Miguel Albuquerque.

“Há ainda pessoas que se dizem indecisas, que dizem que querem correr riscos, que vão buscar questões internas, ultrapassadas, do PSD. Mas indecisão em relação a quê? O PS declarou a semana passada que estava disposto a trazer os comunistas do PCP, BE e JPP para o ajudarem a governar”, frisou.

Alberto João Jardim perguntou se não se lembravam do que passaram em 1974 e 1975, quando havia “falta de respeito pelas pessoas, pelos trabalhadores, pelas empresas e pela propriedade de cada um”. “Fizemos estes 40 anos de luta para entregarmos isto aos comunistas”, questionou, acrescentando: “haja juízo!”. “Fizemos uma Madeira em que, hoje, quase toda a população tem em casa produtos de consumo, tem educação, tem saúde, tem formação e cultura, coisas que há 40 anos na Madeira só os ricos podiam ter”, sublinhou.

Sobre as questões internas no partido, disse que “não é hora de ressentimentos de egoísmos, é uma hora do um por todos e todos por um”.

Lembrando que o primeiro-ministro esteve na Madeira há algumas semanas, Alberto João Jardim enumerou vários temas com os quais António Costa não se quis comprometer, tal como com mais autonomia, com a zona franca, no controlo do aeroporto e na criação de um sistema fiscal próprio na Madeira, entre outros.

O presidente honorário disse estar a participar naquele comício com coerência, com convicção e com orgulho “em todos os que com ele fizeram a Madeira” de hoje.

As eleições legislativas regionais da Madeira decorrem no domingo, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional. PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta — com que sempre governaram a Madeira — por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.

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