Entrar em pânico pelo clima com uma exposição de ilustração

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Já podemos entrar em pânico? é o nome da exposição que poderá ser visitada no Instituto, no Porto, a partir do dia 26 de Setembro, no âmbito da Semana Mundial pelo Clima, que se assinala de 20 a 27 de Setembro. Esta mostra colectiva de protesto alia-se às acções planeadas para esta semana, cujo clímax acontece no último dia, com a greve geral pelo clima.

Reunindo trabalhos gráficos de mais de 20 ilustradores e designers — tanto obras digitais, como em telas, madeira ou até t-shirts —, maioritariamente de portugueses, mas também de estrangeiros, a exposição traduz-se, nas palavras de Teresa Santos, num “apelo à consciência da população”, que deve “exigir mudanças e acção face à crise climática”. Juntamente com José Guilherme Marques, de 30 anos, a organizadora pensou nesta iniciativa para poder, de alguma forma, chamar a atenção das pessoas para esta problemática.

Nos trabalhos, adianta a jovem de 25 anos formada em comunicação, nota-se “a diversidade das preocupações ambientais”, sendo que cada artista “ilustrou um pormenor que considera importante e significativo no contexto da crise climática”. “Tanto há alguém que ficou mais consciente por causa de um filho, como há alguém mais consciente por causa da pegada carbónica de um avião”, sublinhou, ao telefone com o P3.

No fundo, a exposição é um incentivo para que as pessoas se juntem à mobilização geral e para que possam, inclusive, criar, no dia 27, um cartaz para levar à greve geral, com a ajuda de um kit que estará no local. “O objectivo é chamar o maior número de pessoas possível para estas verem mensagens importantes transformadas por artistas.”

A iniciativa teve como inspiração “movimentos fora de Portugal”, nomeadamente o “We Are Perfectly Fine” ("estamos todos bem", em português), no qual já participou o holandês Jordy van den Nieuwendijk, que também vai ter trabalhos expostos no Instituto, localizado no n.º 44 da Rua dos Clérigos. Mariana a Miserável, Lourenço Providência, biakosta, Lulu Wolf, Cinara Saiónára e Elleonor são alguns dos outros artistas presentes na exposição. Já podemos entrar em pânico? conta ainda com trabalhos de Angelina Velosa, Eva Evita, João Castro, João Drumond, João Fazenda, Margarida Olo, Mariana Malhão, Nicolau, Rui Lisboa, Sérgio Alves, Susa Monteiro, Teresa Arega e Tomba Lobos.

A exposição não tem qualquer vínculo partidário, nem fins lucrativos. No futuro, a organização quer desdobrar esta acção para um plano mais educativo, com um evento que convide oradores de áreas diversas a “partilhar as suas visões acerca da reestruturação necessária à sociedade”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa. Queremos manter o pânico para podermos exigir mudanças e isso só se faz com cidadãos informados.

Nicolau
Bia Kosta
Elleonor
Jordy van den Nieuwendijk
Lulu Wolf
Margarida Olo
Angelina Velosa
Cinara Saio
Amargo