Há jazz no Outono e o regresso d’O Messias participativo na Casa da Música

Programação da rentrée dá a conhecer novas tendências do jazz com raízes no Novo Mundo, e volta a contar com a obra-prima de Händel numa co-produção com Braga e Madrid.

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O duo Kevin Hays & Lionel Loueke actua na primeira noite do Outono em Jazz Jordan-Kleinman

A dupla Kevin Hays & Lionel Loueke, a formação actual do histórico Art Ensemble of Chicago e o quinteto de Wojtek Mazolewki, mas também João Cavalcanti & Marcelo Caldi, a celebrar os 60 anos da Bossa Nova, e os portugueses Ricardo Toscano, este em trio, ainda a tocar o seu disco de estreia, o guitarrista Manuel de Oliveira e o quarteto do saxofonista Rodrigo Amado. Estes são alguns dos nomes do programa da sétima edição do Outono em Jazz, o festival com que a Casa da Música cruza as novas tendências do jazz que se faz em Portugal e lá fora, apresentados esta quinta-feira por António Jorge Pacheco, director artístico da instituição.

Ao todo, serão seis noites e dez concertos, entre 13 e 30 de Outubro, seguindo as coordenadas do Novo Mundo – o “país”-tema da programação deste ano –, ou não tivesse o jazz nascido na América e daí ter-se internacionalizado para o mundo inteiro. “São estas novas tendências que queremos mostrar, através de propostas variadas originais”, disse o director artístico da Casa.

Com a Sala Suggia ainda a acolher o festival Música no Feminino – que termina este fim-de-semana, de sexta a domingo, com três novos espectáculos da Orquestra Sinfónica e do Coro Infantil Casa da Música e, pelo meio, um concerto de música electrónica da Worten Digitópia –, António Jorge Pacheco destacou a continuidade de dois fios condutores do calendário deste ano: a Integral das Sinfonias de Tchaikovski, com novos concertos a 27 de Setembro (Sinfonia n.º 4), 25 de Outubro (Sinfonia Manfred) e 29 de Novembro (Sinfonia n.º 5) e o regresso do Artista em Residência, o compositor, maestro e clarinetista alemão Jörg Widmann, que irá dirigir a Sinfónica (19 de Outubro) e o Remix (26 de Outubro), este último num programa exclusivamente composto por obras suas, e em que será também o solista.

Uma estreia na Casa será, a 5 de Outubro, a da pianista franco-georgiana Khatia Buniatishvili, a antecipar o Ano Beethoven (passam 250 anos sobre o seu nascimento em 2020) interpretando quatro das suas obras mais célebres: as sonatas Ao luar, A tempestade, Patética e Appassionata.

Festival já também com pergaminhos na Casa da Música é, em Novembro, o À Volta do Barroco, com sete concertos entre os dias 2 e 17, abrindo com a Sinfónica e o Coro a interpretar a oratória Paulus, de Felix Mendelssohn, a recuperar o legado de Bach, e fechando de novo com o Coro a cantar a polifonia renascentista ibérica ao lado de obras de compositores contemporâneos influenciados pela tradição da Igreja Ortodoxa.

Já o mês de Dezembro reserva dois acontecimento para os melómanos, um dos quais apresentado agora como “novidade”: o regresso d’O Messias Participativo, a produção da obra de Händel apoiada pela Fundação La Caixa, justificado pelo êxito da apresentação do ano passado, voltando a reunir a Orquestra Barroca e o Coro Casa da Música com um coro comunitário e um elenco internacional de solistas – para ver e ouvir no dia 3, na Sala Suggia, e no dia a seguir, no Theatro Circo, em Braga, seguindo, uma semana depois, para o Auditório Nacional, em Madrid.

Outro momento forte nesta aproximação ao Natal será o concerto de comemoração do 10.º aniversário do Coro Casa da Música, que, sempre dirigido por Paul Hillier, e com músicos da Orquestra Barroca, irá interpretar a obra de Claudio Monteverdi Vespro della Beata Vergine.

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