Conta-me Como Foi volta em Dezembro à RTP1, que abre o Telejornal aos espectadores no 60.º aniversário

5 Para a Meia-Noite deve também regressar aos ecrãs antes do final de 2019. Novas séries de ficção e documentário, concursos, homenagens aos músicos portugueses em Alta Fidelidade estreiam-se nos próximos três meses. Canal público apresenta a sua grelha esta quinta-feira em Lisboa.

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Filmagens da série "Conta-me Como Foi" em 2008 nos estúdios da Edipim, na Abrunheira enric vives-rubio

A nova grelha da RTP1 para os próximos meses foi apresentada esta quinta-feira e se há novos concursos, novas séries e novos documentários e até a festa de 60 anos do Telejornal, há um regresso que se destaca e que está entre os mais aguardados pelos espectadores: a nova temporada de Conta-me Como Foi, agora situada nos anos 1980, vai estrear-se no início de Dezembro.

Será também “mais perto do final do ano”, e provavelmente em Dezembro, que haverá outra temporada de um velho conhecido: o talk show 5 Para a Meia-Noite, apresentado por Filomena Cautela, que segundo o director de programas da RTP1, José Fragoso, terá “bastantes novidades”. 

Para já, a apresentadora  um dos principais rostos do actual entretenimento televisão pública — vai estar à frente do concurso Jogo de Todos os Jogos já a partir de sábado 12 de Outubro, com os domingos daí em diante a serem ocupados pelo The Voice Portugal de Catarina Furtado e Vasco Palmeirim. Este último será o anfitrião de outro formato, o original RTP Alta Fidelidade, cuja data de estreia ficou por precisar por José Fragoso ao PÚBLICO mas que será uma série de “grandes programas de homenagem a nomes da música portuguesa”. São nove episódios de 90 minutos cada um sobre nomes como Xutos & Pontapés, Sérgio Godinho, Clã ou José Cid

O director de programas da RTP1 sublinhava ao PÚBLICO, horas antes da apresentação de grelha que decorreu ao fim de tarde desta quinta-feira nas Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa, que 2019 é o ano em que a RTP apresenta “cerca de dez séries, quatro das quais se estrearão até ao final do ano” — um valor equiparável à meta traçada em 2016, quando a anterior direcção de programas do canal começava a sua aposta de produção e exibição regular de ficção que não a novela.

Sul, a série realizada por Ivo M. Ferreira sobre a Lisboa da crise, será transmitida já na próxima semana, às 21h de dia 28; Luz Vermelha, de Patrícia Müller, centra-se na prostituição e estreia-se em meados de Outubro; Terra Nova, realizada por Joaquim Leitão e Artur Ribeiro sobre a pesca de bacalhau na Gronelândia no Portugal do final dos anos 1930, virá em meados de Novembro. Ainda em carteira está a co-produção com a Galiza Auga Seca e a mini-série de quatro episódios com base em A Herdade, de Tiago Guedes. Além de, claro, Conta-me Como Foi, cujo regresso oito anos depois dos últimos episódios nos tempos da Revolução dos Cravos posicionará a popularíssima série nos anos 1980 portugueses. Grande parte do elenco original regressa.

José Fragoso fala da “necessidade de criarmos séries de ficção que sejam mais potentes do ponto de vista do contacto com o público”, como a ficção histórica de O Nosso Cônsul em Havana, sobre Eça de Queirós diplomata, ou a romântica Solteira e Boa Rapariga. Esta última atingiu picos de audiência de 500 ou 600 mil espectadores por episódio, diz o programador, “os melhores resultados de uma série em muitos anos” na RTP1, e Cônsul ronda os 250 mil euros por capítulo — “são muito bons sinais” a que pretende dar sequência tentando que as séries da RTP1 doravante “tenham valores de investimento mais elevados”.

Exemplos? A Espia, de Jorge Paixão da Costa e com Daniela Ruah e Maria João Bastos, é outra das séries apresentadas esta quinta-feira mas que só chegará aos ecrãs em 2020 com uma história portuguesa na II Guerra Mundial. José Fragoso não fornece números mas garante que o seu orçamento é “três ou quatro vezes superior do que o de O Nosso Cônsul, que foi um milagre”. Dar mais dinheiro às séries, cuja concorrência internacional é milionária, é algo que quer prever no orçamento da RTP mas que também vem dos financiamentos do Instituto do Cinema e do Audiovisual, do Fundo de Incentivo ao Turismo e Cinema e das parcerias e co-produções. O mesmo é válido para o documentário, com as estreias de séries como Mesa Portuguesa, sobre chefs nacionais com estrelas Michelin, e Mar – A Última Fronteira, marcadas para o início de Novembro, e Montado ou Deus Cérebro mais para a frente. “Somos provavelmente a única televisão que produz e exibe regularmente documentários portugueses”, lembra José Fragoso.

O 60.º aniversário do Telejornal faz parte das novidades da grelha, com uma emissão especial a 18 de Outubro — e a RTP vai também fazer dele o cenário que abrirá aos espectadores no seu Open Day, em que os rostos da informação do canal vão dar a conhecer os bastidores do noticiário. Outras novidades iriam ser apresentadas, horas após a conversa do PÚBLICO com o director de programas da RTP1, pela directora de informação, Maria Flor Pedroso, nas Carpintarias de São Lázaro — dia 15, o crítico Eduardo Cintra Torres escreveu no Correio da Manhã que o programa de investigação Sexta às 9 estava suspenso; dia 17, na página de Facebook do programa, podia ler-se que este regressa a 11 de Outubro. 

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