Condenado por triplo homicídio julgado por tráfico de droga na prisão

Um condenado por triplo homicídio, rapto e fuga ao sistema prisional está a ser julgado no Porto sob a acusação de traficar droga na cadeia de Coimbra, num processo que envolve também outro recluso e duas mulheres.

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Pedro Cunha/Arquivo

O principal arguido é Rui Mesquita Amorim, que em 1995 protagonizou o massacre de Vila Fria, em Viana do Castelo, matando à facada um tio, uma tia e um sobrinho, e que em Abril de 2002 cometeu três crimes de rapto simples e um de extorsão agravada, em Portuzelo, no mesmo concelho do Alto Minho.

É, também, o homem que no dia de Natal de 2001 escapou junto ao hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, de uma carrinha do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, onde cumpria uma pena de 20 anos.

Em 2017, já na cadeia de Coimbra, passou a beneficiar de saídas precárias e, segundo o processo agora em julgamento no Juízo Central Criminal do Porto, aproveitava essas saídas para comprar droga destinada a tráfico no interior no estabelecimento prisional.

O esquema foi montado, segundo o Ministério Público, com o auxílio de duas mulheres: uma amiga que o visitava regularmente e a mulher de outro recluso, condenado por roubo.

Segundo duas fontes ligadas ao processo, nesta segunda-feira durante a primeira audiência do julgamento, Rui Mesquita Amorim e o outro recluso arguido optaram pelo silêncio, mas não descartarem a hipótese de virem a falar. 

Já as mulheres acusadas no processo de fazerem papel de “correio” para dentro da cadeia e uma delas de ceder a sua conta bancária de forma a dissimular os pagamentos das drogas pelos consumidores, prestaram declarações, onde confirmaram, parcialmente, as acusações do Ministério Público. 

Enquanto os dois homens arguidos cumprem penas por outros crimes, as duas mulheres estão em prisão preventiva à ordem deste processo. Em causa está tráfico de estupefacientes agravados e branqueamento de capitais.

Rui Mesquita Amorim compraria a droga a um antigo colega de reclusão entretanto libertado e cujo paradeiro é agora desconhecido da Polícia Judiciária (PJ). Trata-se de Fernando Borges, um membro do “Gangue de Valbom”, grupo de Gondomar que em 2006 e 2007 assaltou dezenas de ourivesarias e farmácias.

Na próxima sessão do julgamento, agendada para a próxima segunda-feira, devem ser ouvidas testemunhas estipuladas pelo Ministério Público, nomeadamente inspectores da Polícia Judiciária. 

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