A Champions continua a ser uma Liga à parte para o Benfica

Os “encarnados” foram derrotados pelo RB Leipzig no Estádio da Luz. Clube português apresentou várias novidades no “onze”, mas foi incapaz de se impôr ao actual líder da Bundesliga.

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Raúl de Tomás e o desalento dos jogadores do Benfica LUSA/RODRIGO ANTUNES

A dez minutos dos 90, o Benfica perdia em casa por 2-0 com o RB Leipzig, num jogo que terminaria com a derrota do emblema português por 2-1. Um ou outro resultado seria correcto e traduziria de forma mais ou menos fiel o que se passou nesta terça-feira, no Estádio da Luz. O empate também se aceitaria. Só o triunfo benfiquista foi sempre improvável, isto porque o emblema português esteve quase todo o jogo a tentar remar contra a maré. É que a Champions exige mais do que esforço.

Nos últimos seis jogos em casa para a Liga dos Campeões o Benfica só venceu um. Um sinal das dificuldades que os actuais campeões nacionais têm tido naquela que é a mais importante e exigente competição europeia de clubes. Nesta terça-feira, perante o RB Leipzig, os benfiquistas voltaram a denotar dificuldades para se imporem a uma equipa que, por estes dias, lidera a poderosa Liga germânica e atravessa um momento de forma invejável.

Bruno Lage, ausente do banco de suplentes devido a castigo da UEFA, inovou e apresentou uma equipa com quatro jogadores que se estreavam na Champions: Raúl de Tomás, Jota, Ferro e Tomás Tavares. Este último teve mesmo a sua estreia absoluta com a camisola benfiquista e deu muito bem conta do recado.

E não foi nem a juventude, nem as alterações em relação ao último “onze” apresentadas pelo Benfica que colocaram dificuldades aos campeões nacionais. Foi, sim, a forma como o RB Leipzig iniciou o jogo, fazendo uma pressão intensa logo à saída da defesa benfiquista.

Com pouco espaço e quase sem tempo para pensar, o Benfica teve muitas dificuldades em construir o seu futebol. A velocidade de Cervi e a ousadia de Grimaldo foram disfarçando as limitações criativas benfiquistas, que não puderam contar com a influência de Pizzi, sempre muito “escondido” do jogo, em especial durante os primeiros 45 minutos.

Com o RB Leipzig a mandar na partida e o Benfica a tentar responder, a equipa portuguesa foi conseguindo equilibrar as coisas, mas foram sempre os alemães a estarem mais próximos da baliza adversária do que o inverso ao longo de toda a primeira parte. Um remate de Raúl de Tomás já em cima do apito do árbitro para o intervalo foi o melhor que o Benfica conseguiu neste período.

Timo Werner mortífero

Na segunda parte, o RB Leipzig não alterou um milímetro a sua forma de jogar, continuando a sua pressão avançada. O Benfica esforçava-se por reagir mas foi Vlachodimos a evitar que o marcador se desequilibrasse mais cedo para o lado dos alemães que, nesta fase, sufocavam os “encarnados”, impondo muitas vezes o porte físico da maior parte dos seus jogadores.

Mesmo assim, os homens da Luz reagiram sempre. A cada lance de golo perto da baliza do grego, uma jogada de perigo próximo da área alemã. Só que na Liga dos Campeões há um detalhe que costuma fazer a diferença: a eficácia. E, neste aspecto, o RB Leipzig foi muito melhor do que o Benfica.

Timo Werner, o temível avançado germânico, mostrou por que razão é tão cobiçado e inaugurou o marcador no terceiro remate que fez à baliza do Benfica.

Pouco depois, Cervi, na cara de Gulacsi, permitiu a defesa ao guarda-redes húngaro do RB Leipzig e, logo a seguir, nova jogada de combinação do ataque germânico rendeu o segundo golo da partida.

Com pouco mais de dez minutos para jogar, a missão do Benfica mostrava-se quase impossível e nem o golo de Seferovic, finalizando uma jogada de contra-ataque que começou nos pés de... Tomás Tavares, impediu aquilo que tem sido habitual para os “encarnados” na Champions. A derrota.

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