Nova ciclovia vai ligar Mira, Cantanhede e Figueira da Foz

Investimento de três milhões de euros vai ser comparticipado por fundos comunitários geridos pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra

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Misto de asfalto e terra batida, a ciclovia seguirá junto à linha de costa Rui Gaudêncio

Uma nova ciclovia de 83 quilómetros vai atravessar Cantanhede, Figueira da Foz e Mira, investimento de três milhões de euros comparticipado por fundos comunitários que será gerido pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. Um protocolo que concede a gestão integrada da ecopista à Comunidade Intermunicipal (CIM) foi assinado esta sexta-feira na Praia de Mira pelos municípios de Cantanhede, Figueira da Foz e Mira, durante a reunião do Conselho Intermunicipal da Região de Coimbra, que juntou representantes de oito municípios.

Os municípios delegaram na CIM as competências para construir até 2021 a ciclovia, que terá troços em asfalto e terra compactada. A CIM vai depois assegurar também a gestão da ecopista, que irá integrar a rede europeia de ciclovias Eurovelo, composta actualmente por 15 rotas cicláveis de longa distância que cruzam todo o continente. O secretário executivo da CIM, Jorge Brito, revelou que o percurso da ciclovia “vai estender-se ao longo da costa atlântica entre o limite norte do município de Mira e o limite sul do município da Figueira da Foz”, atravessando o concelho de Cantanhede na zona da Tocha.

Misto de asfalto e terra batida, a ciclovia seguirá junto à linha de costa, através da Mata Nacional e do estuário do Mondego, devendo ligar a sul da Figueira da Foz, já para lá do Mondego, com a ecopista em asfalto do Atlântico, que termina na Nazaré. O ponto mais delicado da nova ciclovia será a travessia do rio Mondego, estando prevista a construção de uma nova ponte no estuário, que ligará Alqueidão a Lares.

Segundo Jorge Brito, a CIM vai agora abrir um concurso público internacional para a construção da ecopista, projecto considerado prioritário pelo Turismo de Portugal. Ainda segundo a mesma fonte, o projecto recebeu 18 pareceres favoráveis de entidades diferentes durante a fase de elaboração.

O presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, garante que a nova ecopista “irá potenciar as características naturais únicas deste território da costa atlântica”, funcionando como mais um factor de atracção para os visitantes. “A ciclovia não se esgota apenas no traçado por uma das regiões mais bonitas do país. É preciso criar condições ao nível de alojamento, restauração, informação, para que a experiência seja enriquecedora para todos”, refere o autarca.

O Turismo de Portugal considera que a nova ciclovia “vai potenciar as características naturais únicas deste território da costa atlântica e permitir estabelecer a ligação ciclável entre a futura ligação à ciclovia do Mondego entre Coimbra e a Figueira da Foz (cujos projectos técnicos já estão elaborados), a Ecovia do Mondego (projecto em curso), a Ecopista do Dão (já construída) e a Ecopista do Vouga, por forma a tornar ciclável, a médio prazo, o eixo circular entre Aveiro, Coimbra e Viseu”.

A rede Europeia de Ciclovias integra actualmente 15 rotas cicláveis de longa distância que cruzam todo o continente. As rotas são usadas por ciclistas que percorrem longos cursos, e também pela população local, nas suas deslocações diárias, tendo em algumas zonas uma forte componente turística.

Segundo dados divulgados pela Federação Europeia de Ciclistas, “estima-se que a cada ano se realizem 2,3 milhões de viagens de bicicleta representando um valor superior a 44 milhões de euros, segundo um estudo de 2012 encomendado pelo Parlamento Europeu”.

Lusa/Fim

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